ATA DA
SEXAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 04-7-2016.
Aos quatro dias do mês de
julho do ano de dois mil e dezesseis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, na qual registraram presença
Adeli Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº
Comassetto, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, José
Freitas, Jussara Cony, Kevin Krieger, Lourdes Sprenger, Luciano Marcantônio,
Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mendes Ribeiro, Márcio Bins
Ely, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Reginaldo Pujol, Rodrigo
Maroni, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Constatada a
existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, registraram presença Dr. Goulart, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Mauro Zacher e Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: o Projeto
de Lei do Legislativo nº 125/16 (Processo nº 1334/16), de autoria de José
Freitas; o Projeto de Lei do Legislativo nº 127/16 (Processo nº 1351/16), de
autoria de Márcio Bins Ely; e os Projetos de Lei do Legislativo nos
085 e 111/16 (Processos nos
0270 e 1169/16,
respectivamente), de autoria de Rodrigo Maroni. A seguir, o Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Lúcia Rincon, representando a União de Negros
pela Igualdade – Unegro –, que discorreu sobre educação e políticas
afirmativas. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Jussara Cony, Engº
Comassetto, Sofia Cavedon, Prof. Alex Fraga e Bernardino Vendruscolo
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Após, o
Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em
debate, a Lúcia Rincon. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e
quarenta e quatro minutos às quatorze horas e quarenta e cinco minutos. A
seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Cassio Trogildo,
solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em
prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
registrar o transcurso do quinquagésimo aniversário da Rádio Caiçara, nos
termos do Requerimento nº 068/16 (Processo nº 1555/16), de autoria da Mesa
Diretora. Compuseram a Mesa: Cassio Trogildo e Guilherme Socias Villela,
presidindo os trabalhos; Maurício Dziedricki, deputado estadual; e Paulo Sérgio
Pinto, Alexandre Alvarez Gadret e Viviane Vasques, respectivamente
Vice-Presidente, Diretor-Geral e Diretora-Executiva da Rede Pampa. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciou-se Cassio Trogildo, representando a Mesa Diretora. A
seguir, o Presidente concedeu a palavra a Maurício Dziedricki, que se
pronunciou acerca da presente solenidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
Bernardino Vendruscolo e Tarciso Flecha Negra. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
Engº Comassetto, João Carlos Nedel e Idenir Cecchim, este em tempo cedido por
Lourdes Sprenger. Após, o Presidente convidou Guilherme Socias Villela a
proceder à entrega, a Paulo Sérgio Pinto, de Diploma alusivo à presente
solenidade, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu a honraria. Os
trabalhos foram suspensos das quinze horas e quarenta e cinco minutos às quinze
horas e quarenta e nove minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
Rodrigo Maroni, Lourdes Sprenger e Clàudio Janta. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciaram-se Adeli Sell e Jussara Cony, esta em tempo cedido por Airto
Ferronato. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se Jussara Cony, duas vezes. Às
dezesseis horas e cinquenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum
deliberativo, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foram apregoadas as seguintes
Emendas, assinadas por Bernardino Vendruscolo: nº 01 ao Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/15 (Processo nº
0586/15); e nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/15. Em
seguida, foi aprovado Requerimento verbal de autoria de Reginaldo Pujol,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 007/15 (Processo nº 0586/15), o qual, após ser discutido por
Adeli Sell, Márcio Bins Ely, Sofia Cavedon, Engº Comassetto, Reginaldo Pujol e
Idenir Cecchim, teve sua discussão suspensa em face da inexistência de quórum
deliberativo. Na ocasião, foram apregoadas as Emendas nos 02 e 03,
assinadas por Clàudio Janta, ao Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 007/15. Às dezessete horas e cinquenta e três
minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, em verificação
solicitada por Idenir Cecchim, foi encerrada a Ordem do Dia. Após, por
solicitação de Valter Nagelstein, foi realizado um minuto de silêncio em
homenagem póstuma a Luiz Carlos Gomes da Silva Filho. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 099/16; em 2ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 108 e 134/16, este
discutido por Sofia Cavedon, Reginaldo Pujol e Clàudio Janta. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, pronunciou-se Engº Comassetto. Durante a sessão, Airto Ferronato
manifestou-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito horas e vinte minutos, o
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a
próxima sessão ordinária. Os
trabalhos foram presididos por Cassio Trogildo e Guilherme Socias Villela e
secretariados por Paulo Brum. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de
hoje terá a presença da União de Negros pela Igualdade – Unegro, que tratará de
assunto relativo à educação e às políticas afirmativas. O Sra. Lúcia Rincon,
professora, doutora em educação, Coordenadora-Geral da União Brasileira de
Mulheres e membro titular do FNE, está com a palavra, pelo tempo regimental de
10 minutos.
A SRA. LÚCIA RINCON: Boa tarde a todos e
a todas, quero agradecer muito a oportunidade de estar aqui neste momento,
agradecer à união nacional de negros e negras do Brasil - Unegro. Quero dizer
que é uma alegria participar aqui a convite desta Casa para discutir o tema da
educação, tema que nos é tão caro não só pela profissão, mas que nos é caro
porque nós, mulheres, nos ocupamos permanentemente de estarmos com a educação,
ocupadas com ela, tratando dela em todas as instâncias, em todas as suas
formas. Estamos aqui hoje para dizer da liberdade que a educação precisa ter
para acontecer. Estamos aqui hoje para dizer que as leis que aparecem no nosso
País, dizendo que é preciso restringir a liberdade de cátedra, para que a gente
desconheça a diversidade da nossa sociedade, são leis que acompanham os
caminhos turvos que tem seguido a sociedade brasileira, pelo menos no último
mês, quando teve sua direção política apontada para o retrocesso da nossa
democracia, para o retrocesso dos avanços conquistados pelo povo, das políticas
públicas que atendem a maioria da população com a criação de novas escolas, com
a contemplação da diversidade com políticas públicas que promovam a dignidade
humana, a emancipação humana e social. Nós estamos aqui para dizer mais uma vez
que defendemos a nossa democracia e, com ela, o direito da palavra, a liberdade
de expressão, a liberdade de cátedra, porque ela permite romper fronteiras, ela
permite quebrar paradigmas, ela permite deixar surgir o novo, o diferente,
aquilo que, em regimes autoritários, fundamentalistas, nós não conseguimos
fazer crescer. Quero dizer que a democracia que nós defendemos aqui neste
momento permite romper com a crença na primazia também da masculinidade. Nós
queremos colocar em discussão o patriarcado como arma instrumental da
manutenção da sociedade de classes que mantém a desigualdade, não só entre
homens e mulheres, mas que mantém a desigualdade entre todas as pessoas. Assim
como em momentos da nossa história, conseguimos romper com visões unilaterais
do mundo, a nossa democracia permite que nós tenhamos uma construção
democrática por conferências, que nós tenhamos conquistado um Plano Nacional de
Educação que contemple a diversidade da nossa sociedade. Nós conquistamos,
nesse processo democrático, a Constituição Brasileira, uma nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, um novo Plano Nacional de Educação, resultados
de conferências onde milhares de pessoas se reuniram no País todo, reconhecendo
que para conhecermos a diversidade do nosso povo, para que a educação, de fato,
se faça emancipatória, nós precisamos contemplar essas diversidades. Hoje
falamos contra as leis que querem nos impor uma única voz, as leis que nos
querem impor valores de uma única visão de mundo, porque nós entendemos que o
Estado é laico, nós entendemos que a conquista de um estado laico nos permite
conformar as nossas identidades conforme os valores que nós temos e que vamos
construindo, e não que os valores de uma única visão de mundo sejam a
referência para construir essa educação. Nós, na escola, dissemos que é nosso
papel, enquanto professores, professoras, servidores, servidoras, dizer que é
preciso encarar toda a sociedade na sua diversidade de raça, de gênero, de
orientação sexual e de classe social. Defender a laicidade do Estado, senhoras
e senhores, permite reverter a compreensão etnocêntrica, religiosa,
preconceituosa que mantém desigualdades sociais. Garantir a laicidade do
Estado, senhoras e senhores, significa permitir que, em nossa sociedade, a
mobilidade social se faça a partir do conhecimento da diversidade da nossa
sociedade, de norte a sul do Brasil, particular em cada local, mas diferente na
sua identidade. Defendemos, sim, o resultado da Conferência Nacional de
Educação, que aponta para que a transversalidade de gênero esteja em todos os
planos. Denunciamos aquelas Câmaras e Assembleias que reverteram essas leis por
iniciativa própria. Queremos dizer que, com a Conae, com o PNE, a educação é
pública, de qualidade social, gratuita e laica; por isso, trata a diversidade
como um eixo central da educação e objeto de uma política pautada por
princípios de justiça social, de inclusão, de direitos humanos. Queremos dizer,
senhoras e senhores, que nós defendemos o respeito à escola como espaço de
construção de uma identidade onde as diferentes formas de encarar o mundo são
colocadas e trabalhadas com esses seres humanos, homens e mulheres, que, assim,
têm oportunidade de resgatar a sua identidade. Nós não defendemos a manipulação
por uma única visão. Nós entendemos que essas visões não se explicam por si só;
essa visão maniqueísta de sociedade é mais um instrumento dos interesses de uma
classe dominante que ideologicamente quer impor valores para manter a sociedade
da exploração, da acumulação e da centralização do capital. É mais uma
estratégia, entre tantas que têm sido desenvolvidas no último mês no nosso
País, sob a égide conservadora, que chega a transformar legislações
conquistadas, intervir em biografias históricas como a de Paulo Freire.
E eu quero aqui
encerrar, senhoras e senhores, pedindo o registro nesta Casa da carta da viúva
de Paulo Freire, sobre a alteração criminosa – ou que se tentou fazer – na
biografia desse grande brasileiro, que aponta para uma educação popular, para
uma educação que empodera as pessoas na sua particularidade, visando à
integralidade da pessoa humana. A carta diz o seguinte: Senhor Presidente
interino do Brasil, Dr. Michel Temer, na qualidade de viúva, estudiosa e
sucessora legal da obra do educador Paulo Freire, quero, através desta carta,
estabelecer um diálogo cordial e franco com V. Exa., mesmo estando nós dois, em
termos ideológicos, em posições diferentes, no sentido de esclarecer assunto
que vem sendo divulgado pela imprensa nacional, de que partiu de dentro do
Governo, através da rede do Serpro, uma entidade pública – portanto, sob a
responsabilidade do Estado brasileiro –, a alteração no conteúdo da biografia
do meu marido na enciclopédia livre Wikipedia, colocando-o como envolvido com
um projeto de educação atrasado e fraco, de caráter doutrinário marxista e
manipulador. Se não o tivesse conhecido na festividade de formatura de uma de
suas filhas, creio que, no curso de Psicologia, PUC/SP, ocorrida nos gramados
do Clube Hípico de Santo Amaro/SP, quando sentados lado a lado na Mesa
Diretora, ouvi de V. Exa. o enorme respeito e admiração que tinha pela obra e
pela pessoa de Paulo Freire, não teria a ousadia de ter lhe escrito. Como V.
Exa. sabe, enquanto intelectual e jurista, meu marido jamais praticou nenhum
ato e nunca escreveu nenhuma palavra das quais se pudesse, em sã consciência,
outorgar-lhe a pecha de doutrinador marxista e homem de princípios filosóficos
e educacionais fracos e débeis – acusações contidas na nova biografia agora
publicada pelo Wikipedia. Para a construção de um país verdadeiramente
democrático, é da mais alta importância que órgãos do Estado ou que prestam
serviços a ele, como o Serpro, não estejam compactuando com interpretações de
espíritos liberais inescrupulosos que intencionalmente maculam a honra de um
homem que deu a sua vida para que a educação, sobretudo a do Brasil,
possibilitasse a libertação e autonomia dos homens e das mulheres do nosso
querido País. Nunca sob o bastão da intolerância do fascismo ou do comunismo.
Acredito que o atual Ministro da Educação, natural do Estado de Pernambuco,
como Paulo Freire, teria o prazer de esclarecer e inibir que inverdades sejam
ditas de seu conterrâneo, homem ético, pobro e honrado, Patrono da educação
brasileira. Acredito que o referido Ministro se colocará e agirá positivamente
a favor no momento em que for instigado a isso por V. Exa. contra a manipulação
da máquina do Estado a serviço do amesquinhamento de um dos mais importantes
homens desta Nação.
É claro que Paulo
Freire não é unanimidade, ninguém é o. Ele pode ser lido, analisado e
contestado, isso faz parte da liberdade de expressão necessária e desejável à
construção da cultura letrada de alto nível de qualquer país. Entretanto o
local dos contraditórios deve ser aberto, responsável, no seio da sociedade
civil – na rua, nas universidades, nas escolas, através da mídia, nos
sindicatos e fóruns – e nunca dentro exaltado por fato tendenciosamente
ideológico, inverídico, acobertado pelo anonimato, por qualquer órgão da
sociedade política. É inconcebível que, numa sociedade democrática, divulguem
frases carregadas de ódio e preconceito como: “Paulo Freire e o assassinato do
conhecimento”, absurda é ironicamente no ano em que Paulo Freire está sendo
considerado terceiro intelectual do mundo.
Agradeço, senhoras e
senhores, e digo que a educação não pode ter mordaça; ela precisa de liberdade
para se realizar nas escolas, nos espaços educativos, na sociedade brasileira.
Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convidamos a
Sra. Lúcia Rincon a fazer parte da Mesa.
A Ver.ª Jussara Cony
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. JUSSARA CONY: Obrigada,
Presidente. Boa tarde. Em primeiro lugar, quero saudar a presença da Lúcia
Rincon, como uma das fundadoras que sou da União Brasileira de Mulheres. É um
prazer tê-la aqui com esta importante contribuição. Antes de mais nada, quero
falar do significado da relação transversal entre os movimentos sociais. A
Unegro pede esta Tribuna Popular, e a UBM vem aqui dar esta contribuição. Quero
lhe dizer, Lúcia Rincon, Coordenadora-Geral da UBM, que esta Casa já aprovou
duas de três leis de nossa autoria: a Lei Maria da Penha na Escola da Vida, que
já está sendo aplicada pelo Município de Porto Alegre e a Formação e
Capacitação de Mulheres para o Mercado de Trabalho, e está em tramitação o
projeto que pretende 50% das mulheres nos Conselhos Populares da cidade de
Porto Alegre. É fruto de congressos históricos da UBM Nacional e também na
relação de uma Conferência Nacional de Educação da Secretaria de Mulheres
Nacional com a UBM, uma contribuição valiosa para a Conae, a Conferência
Nacional de Educação, para os Planos Municipais de Educação, e que foi uma
referência também para o Plano Municipal de Educação desta Casa nesta luta
histórica pelas transversalidades de gênero.
Finalizo, Sr.
Presidente, dizendo que vejo aqui uma fórmula importantíssima, que eu chamo de
bioquímica da esperança, como farmacêutica que sou: é a fórmula da bioquímica e
da humanização, do respeito às diversidades, como fator de transformação das
diversidades e das diferenças como um fator de transformação para nós
construirmos uma sociedade onde possamos vivê-la na igualdade.
A sua contribuição
vem somar, e muito, à Câmara Municipal, ao povo de Porto Alegre e às mulheres
desta Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, venho aqui, em nome do meu partido, o Partido
dos Trabalhadores, dos Vereadores. Sofia Cavedon, nossa Líder, Adeli Sell e
Marcelo Sgarbossa, para trazer os cumprimentos à professora Lúcia Rincon e à
Unegro, que participa de todos os debates sobre a igualdade, todos os debates
da cidade na constituição dos direitos contra as desigualdades, quanto às
questões de gênero, raciais, distinções sociais que existem, na luta, sempre na
busca dos direitos. Nós estamos num momento de grandes debates, quando a
intolerância também assume uma postura muito forte e é preciso que, com
tranquilidade, possamos fazer os debates, os diálogos que nos são permitidos
pela democracia.
Na última semana
tivemos um grande debate aqui nesta Casa no sentido de podermos analisar e
questionar as legislações que estão lá no Congresso Nacional, aqui na
Assembleia Legislativa, aqui nesta Casa, com relação à Lei da Mordaça – ou
seja, a proibição dos professores terem um diálogo aberto nas salas de aula,
que possam, através do que acontece na sociedade, ensinar e exercitar o
contraditório com as suas turmas. Um grande abraço. Boa luta. Vida longa na
busca de políticas sempre afirmativas! Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra, nos termos de art. 206 do Regimento, pela oposição.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Prezada Lúcia Rincon
e companheiras que aqui estão acompanhando esta Tribuna Popular, que foi
solicitada pela Unegro, onde a UBM se manifestou também. Quero, aqui, fazer o
registro da importância e da atualidade da pauta das políticas afirmativas e da
educação. Estamos vivendo momentos de retrocesso absurdo, tanto que até a
biografia de Paulo Freire foi adulterada por uma visão preconceituosa, por um
combate ideológico à transformação da escola. Está no bojo, sim, da
incorporação, cada vez maior, infelizmente, na democracia representativa, da
representação de religiões, de credos religiosos, de patrões e não de
empregados, que buscam normalizar e impor uma norma que é, infelizmente,
capitalista, é patriarcal, é branca, é preconceituosa para um país que vinha,
aos poucos, construindo - como as cotas raciais, como a demarcação das terras
indígenas e quilombolas - alguma reparação histórica com o seu povo brasileiro.
Então, a pauta é atualíssima, das cotas, do estudo da história da África, da
desnormalização da escola, da ruptura com os processos de exclusão, da naturalização
da exclusão. Quero parabenizá-la por trazer esse tema mais uma vez aqui nesta
Casa, Ver.ª Jussara Cony que tem sido incansável, assim como as mulheres de
diversas organizações em pautar. As professoras estiveram aqui na semana
passada quando tivemos uma tarde muito quente, muito forte fazendo debate
contra qualquer tentativa da amordaçar e de transformar a escola num lugar de
reprodução da desigualdade, da hegemonia de alguns em detrimento da grande
maioria que ainda precisa de políticas públicas para alterar a sua condição.
Boa luta e conta com a bancada e com as bancadas de oposição. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Prof.
Alex Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde. Falo em
meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna pela bancada do PSOL. Gostaria
de parabenizar a ti e a todos os militantes que lutam por uma educação
inclusiva, uma educação para todos e uma educação que, acima de tudo, lute pela
igualdade entre seres humanos. Somos iguais, mas o tratamento que é dado pelos
diferentes agentes públicos e pela nossa própria sociedade não é igualitário.
Por isso os ataques que a educação vem sofrendo atualmente por todos os
setores, o principal ataque agora à educação, é com certeza, o debate
manipulado, conhecido popularmente como “Escola Sem Partido”, um ataque frontal
justamente àqueles que lutam contra as desigualdades porque vão estar
erroneamente sendo tachados de partidarizados, politizados e tendenciosos.
Precisamos, como professores, lutar por uma educação para todos e de mesma
qualidade. Portanto, parabenizo mais uma vez por esta luta. Que possamos, como
um todo, como sociedade, crescer para ter um futuro porque, sinceramente, o que
estamos vendo agora é um retrocesso monstruoso. Estamos, a olhos vistos,
retrocedendo em termos de qualidade, dignidade e igualdade nos espaços de
ensino. Uma boa tarde. Muito obrigado por sua fala extremamente esclarecedora.
Parabéns a todos os militantes, educadores, não digo só professores, todos
aqueles que se dedicam e trabalham em prol de uma educação mais inclusiva, uma
educação que preze, principalmente, o crescimento da nossa população.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Na mesma
linha quero cumprimentá-la e dizer o seguinte: tenho uma preocupação com os
extremismos, tanto de um lado quanto do outro, precisamos encontrar um ponto de
equilíbrio, porque também não pode um aluno sair de casa para estudar e ficar
ouvindo um ou outro professor, de forma exagerada, pregando aquilo que
certamente os pais não gostariam que seus filhos ouvissem. Mas não dá para
ficar com extremismos. Então, quero cumprimentá-la pela luta, não concordando
nem discordando. Quero fazer uma outra observação, Presidente: ultimamente
estou meio preocupado com outro detalhe: falam tanto nas questões da educação,
do salário dos professores, o que acho que tem sentido, pois precisamos buscar
uma melhor valorização, mas o que tem me chamado atenção é o seguinte: estamos
vendo os prédios, as estruturas do Judiciário e do Ministério Público,
estruturas monstruosas, e as escolas, as instalações dos nossos alunos... Sem
comentários. Os nossos filhos estão indo estudar em instalações... Se fizermos
um comparativo com as instalações que estas instituições, Legislativo,
Judiciário, Executivo, todas, não tem cabimento, é inconcebível. A educação ficou
só no discurso. Obrigado e parabéns para a senhora também.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): A Sra. Lúcia
Rincon está com a palavra para as suas considerações finais.
A SRA. LÚCIA RINCON: Muito obrigada pela
deferência, nobre Vereador. Quero agradecer muito essa oportunidade e saudar a
todos e todas que aqui falaram, particularmente minha amiga pessoal, Jussara
Cony, exemplo de mulher exemplo de militância que aponta os rumos das mulheres
brasileiras na defesa do nosso País, de uma educação pública, laica, que
trabalha no sentido de garantir que os nossos Governos venham a suprir, a
eliminar do nosso País a injustiça social. Jussara, meu grande abraço, meus
respeitos, exemplo de vida para todos nós.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Agradecemos a
presença da professora Lúcia Rincon, doutora em educação e Coordenadora-Geral
da União Brasileira de Mulheres. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 14h44min.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo – às 14h45min): Estão reabertos os trabalhos.
Esta presidência
solicita a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente,
entrar no período de Comunicações. Após retornamos à ordem normal Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Passamos às
Hoje, este período é
destinado a assinalar o transcurso dos 50 anos do Rádio Caiçara, nos termos do
Requerimento nº 068/16, de autoria da Mesa Diretora.
Convidamos para
compor a Mesa: o Sr. Paulo Sérgio Pinto, Vice-Presidente da Rede Pampa; o
Deputado Maurício Dziedricki, representante da Assembleia Legislativa do Estado
do Rio Grande do Sul; Sr. Alexandre Alvarez Gadret, Diretor-Geral da Rede
Pampa; Sra. Viviane Vasques, Diretora Executiva da Rede Pampa. Peço uma salva
de palmas aos nossos homenageados.
(O Ver. Guilherme
Socias Villela assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Cassio Trogildo, em nome da Mesa Diretora, está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CASSIO TROGILDO: Boa tarde! A Rádio
Caiçara está completando 50 anos. É uma emissora popular voltada ao público
adulto. Além de muita interação ao vivo, informações, dicas para o dia a dia e
comunicadores envolventes, na Caiçara, todos os dias, os ouvintes são
surpreendidos com promoções e uma programação musical especial. Transmite
diversos gêneros do passado e do presente, principalmente, músicas da Jovem
Guarda, romântico brega e sertanejo. É uma das únicas rádios, onde toda a
programação diária é totalmente ao vivo. Faz parte da Rede Pampa de Comunicação
e opera nas frequências AM 780 e FM 96.7. A Caiçara foi fundada em 1º de junho
de 1966 por quatro sócios: Breno Martins Futuro, Harry Herbert Klein, Lorenzo
Gabellini e Ulysses Sabatine Moreira. Seus estúdios e transmissores se
localizavam em Esteio, cidade da concessão. Em 6 de agosto de 1970, Otávio
Dumit Gadret adquire a rádio. A emissora passa a adotar a programação musical e
popular que perdura até hoje. Quem não lembra do bordão: “Caiçara, onde a
música não para”. Ela se destaca no cenário radiofônico porto-alegrense por ser
uma das poucas emissoras em AM a atender pedidos de ouvintes. É uma das rádios
mais escutadas de Porto Alegre, e com um crescente registro no Ibope. Em 1º de
novembro de 2013, a Rádio Caiçara muda para a frequência de 780 kHz,
anteriormente ocupada pela Rádio Grenal, como parte das mudanças nos canais de
AM e FM da Rede Pampa de Comunicação. No final de outubro de 2015, o radialista
e ex-Senador Sérgio Zambiasi é contratado pela emissora. No mesmo período, a
emissora voltou a operar em 1.020 kHz, além de permanecer no 780. Pouco tempo
depois, em 30 de novembro de 2015, a Caiçara passou a ser retransmitida no FM
96.7. Entre os seus comunicadores, estão, Sérgio Zambiasi, Amanda Block, Paulo
Josué, César Manoel, André Araújo, Leandro Maia, Oliveira Jr. Sua grade de
programação é composta pelos programas: Show da Madrugada, Programa Sérgio
Zambiasi, Programa Paulo Josué, Clube do Ouvinte e Caiçara Confidencial. A
chegada do comunicador Sérgio Zambiasi em 2015 trouxe um novo momento para a
emissora, que cresce em audiência e ocupa espaço no mercado publicitário. Esta
homenagem é o reconhecimento a um trabalho muito bem realizado. Uma rádio
companheira, como diz o seu Diretor-Geral Alexandre Gadret, que passa ao lado
dos ouvintes, prestando seu serviço com competência e trazendo entretenimento.
Uma rádio que está no DNA do povo, nos seus sonhos e frustrações. Parabéns à
Rede Pampa de Comunicação, parabéns à Rádio Caiçara pelos seus 50 anos! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Cassio
Trogildo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Obrigado,
Ver. Villela. O Sr. Maurício Dziedricki está com a palavra.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Quero fazer
uma saudação muito especial aqui, reconhecendo que o plenário da Câmara de
Vereadores nos dá oportunidade para reunir a voz da Cidade, que, muitas vezes,
é propagada pelas ondas sonoras da Rádio Caiçara e que, hoje, encontra aqui na
figura do Ver. Cassio, Presidente da Câmara, e de todos os Vereadores, a
oportunidade de render uma homenagem a um grupo de comunicação, a uma empresa
familiar do Rio Grande do Sul, que tem, notadamente, uma história de prestação
de serviço a todo o Rio Grande do Sul.
O grupo, a Rede
Pampa, reúne o maior número de rádios no sul do Brasil, tem, nos seus quadros,
a efetividade de homens e mulheres que ajudam, através das ondas sonoras, da
televisão, do jornal, da Internet, das notícias, a educar melhor a nossa
população, oferecendo serviços e entretenimento de qualidade, diga-se de
passagem, o reconhecimento que se faz aqui hoje: “Caiçara, onde a música não
para.”
Foi embalando as
ondas sonoras do nosso rádio, antes no AM e agora numa operação conjunta,
AM/FM, que eu recebo aqui a oportunidade da Presidência da Assembleia
Legislativa de poder reconhecer essa contribuição que faz a Rádio Caiçara ao
Rio Grande do Sul, em especial a Porto Alegre. E faço isso na figura do nosso
Vice-Presidente da Rede Pampa, o meu querido amigo Paulo Sérgio Pinto, ao
também meu querido amigo Diretor-Geral da Rede Pampa, Alexandre Gadret, e a
minha querida amiga Diretora Executiva da Rede Pampa, Viviane Vasques, que
aqui, neste encontro, nos dão oportunidade para integrar a voz do Parlamento
Municipal com a voz do Parlamento Estadual e termos aqui a honraria, a grandeza
de poder devolver aquilo que vocês, através da Caiçara, nesses 50 anos, fizeram
pelo Rio Grande, fizeram pela nossa gente, com a alegria das músicas, da
confraternização, do entretenimento, da cultura. Queremos render-lhes parabéns
e o agradecimento. Faço isso de uma forma muito caseira porque me sinto muito à
vontade com a Rede Pampa, me sinto muito próximo. E os Deputados da Assembleia
Legislativa, frequentadores de inúmeros programas, passaram a figurar também
hoje na Rádio Caiçara, com a atuação, pelas manhãs, do nosso sempre Senador
Sérgio Zambiasi.
Fiz aqui o
reconhecimento de que, Alexandre, a importância desse grupo está, na
materialidade, na certeza de que, diariamente, o conteúdo produzido por vocês é
recepcionado, é integrado ao repertório da história da formação do nosso
Estado. Então caberia aqui os nossos parabéns e a certeza de que a Assembleia Legislativa
hoje se dobra à Câmara de Vereadores para render, conjuntamente, a homenagem
pelo cinquentenário da Rádio Caiçara. Que mais 50 anos venham com a mesma
grandeza que vocês vêm tendo de reconhecer, de atuar, de participar para a
construção de um novo Estado. Parabéns! Felicidades ao Grupo Pampa! Felicidades
à Rádio Caiçara!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Presidente, primeiro, eu quero
cumprimentar todos os trabalhadores da Rede, tendo apenas uma excepcionalidade;
quero cumprimentar todos os ouvintes da Rádio Pampa, especialmente, agora, os
da Rádio Liberdade. Na verdade, fazendo isso, passo a um ponto importante. Eu
estava, prezadíssimo Sérgio Pinto, há muito tempo, com vontade de falar com V.
Sa. e, da mesma forma, com o Sr. Gadret. Eu não vou citar aqui o nome da
comunicadora, porque eu a estaria promovendo. Gostaria de promover o Gustavo
Vitorino. Cumprimentando o Gustavo Vitorino, cumprimento todos os comunicadores
da Rede. Tem uma senhora que, no ano passado, quando propus uma CPI para
investigar o Acampamento Farroupilha, disse, num programa de rádio, que eu
queria aparecer. Falou, para milhares de ouvintes, que o Ver. Bernardino queria
aparecer e que “seria melhor pendurar uma melancia nos testículos para ficar
boludo”. Ela é pouca coisa... Agora, eu fiquei sentido porque nenhum dos
senhores me ligou dizendo: “Olha, Bernardino, não dá bola”.
Alguém, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, fez, agora, o comentário de que este não seria o
momento, e eu ouvi. Digo que, ao contrário, este é o momento! Assim, eu estarei
homenageando 99% dos trabalhadores da Pampa. Sabem por quê? Eu estou
completando agora, no final do ano, 12 anos aqui. Sou cheio de defeito, mas
mentiroso e demagogo eu não sou! O mais grave é que eu tenho uma família. Vocês
imaginam o que passou pela cabeça das minhas filhas, da minha mulher? Eu tenho
família, tenho eleitores que votaram em mim e que precisam ser respeitados! No
final do ano, eu vou embora, mas vou de alma lavada! Eu ficaria muito pesado se
eu não tivesse tido essa oportunidade.
Por isso, Sr.
Presidente, V. Exa. me dá a oportunidade, sim, de ficar de bem com todos!
Excepcionalmente, com essa senhora, e não vou citar o nome dela! Desculpa,
Sérgio Pinto, nós já nos conhecemos há bastante tempo; e eu sou o mesmo. Às
vezes, tenho essa dificuldade de segurar essas coisas que nos machucam
profundamente. Os políticos hoje são agredidos diuturnamente de forma
exagerada. Talvez esse seja o maior dos motivos para eu não concorrer mais. Nas
próximas eleições muitos que estão aqui não vão mais concorrer. O papel da
mídia é muito importante: fazer críticas, quando precisam ser feitas, nos
ajudar, quando precisamos ser ajudados. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver.
Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentá-los pelo transcurso
dos 50 anos da Rádio Caiçara. Eu cheguei aqui, Presidente, em 1973, no mês de
janeiro, contratado pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, e aqui estou há 42
ou 43 anos; em 1970, 1980, essa era a rádio que eu escutava no meu carro,
porque no Rio de Janeiro a gente tinha a nossa, mas chegando aqui em Porto
Alegre, procuramos, e não tinham aqueles fones que têm os jogadores hoje, um
aparelhinho aqui, aquele baita fone no ouvido, e não precisa ouvir ninguém, eu
vou ouvir o que eu quero, as músicas que eu gosto. Mas as músicas que eu
gostava, felizmente, graças a Deus, a Caiçara tocava. E meu carro, eu me lembro
que andava na Rádio Caiçara. Era de manhã em casa, que tinha a irmã do Rui, e
eu ia para o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Uma emissora de uma precisão
muito grande sobre as músicas, política, tudo.
Então, eu quero
parabenizar essa rádio dentro disso tudo, dessa transformação toda, que
tivemos, essa rádio continua, dentro da sua transformação, continua sendo a
mesma rádio.
As coisas boas que
foram feitas no nosso Estado, na nossa Cidade, nós temos sempre que aplaudir e
saudar muito, Ver. Villela, porque muitas vezes, as coisas boas passam batidas,
as coisas ruins ficam e marcam muito.
Então, eu só tenho a
agradecer a todo o pessoal da Rádio Caiçara. Meus parabéns a todos, ao
Presidente, ao Ver. Cassio Trogildo, a essa Rádio, de alegria, que é o que nós
precisamos no nosso Brasil e na nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Engº
Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. ENGº COMASSETTO: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Ao cumprimentá-los, fazemos uma
reflexão: a Rádio Caiçara, podemos dizer, é uma rádio popular que está o tempo
todo se comunicando com a grande massa através das suas preferências musicais.
Ao mesmo tempo, é um momento importante para que possamos aqui, numa Casa
política, na Casa da política de Porto Alegre, fazermos essa reflexão da
política e da comunicação na qual vocês têm sempre um espaço democrático e que
lá estamos, de todos os partidos, com frequência fazendo os debates e aqueles
mais permanentes que tem com algumas das nossas representações presentes, que é
o tema da democratização da mídia. Nós temos um projeto de lei nesta Casa que
propõe que os recursos públicos sejam socializados entre as rádios comunitárias
e as rádios populares para potencializar essa dimensão que deve ter a imprensa
no exercício do contraditório e dos debates. Queremos registrar aqui que a Rede
Pampa traz na sua leitura, nos seus veículos de comunicação, entre eles a
Caiçara, o exercício do contraditório, porque hoje nós, que estamos na
política, temos uma leitura... Aqui os Vereadores fazem a política que tem uma
carga muito forte de passar a limpo, de fazer uma reforma política neste País,
que é necessária. A imprensa tem esse papel e deve aprofundar esse debate de
contribuir para que haja a reforma política, para haja o contraditório e que
apolítica daqueles que fazem política com “p” maiúsculo consigam ter sempre
junto com a imprensa esse debate e esses espaços obedecendo à pluralidade e o
contraditório.
Então, falamos aqui e
podemos dizer que todos nós nos conhecemos, em nossas atividades políticas e
profissionais e que a Rádio Caiçara cumpre o papel de se comunicar com a grande
massa da população que ouve o rádio todos os dias, sejam pessoas nas obras da
construção civil, sejam em feiras, sejam em outros espaços onde pode se ouvir a
Rádio Caiçara.
A Sra. Jussara Cony: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Cumprimento a todos os representantes da
Rádio Caiçara. Como não posso usar muito tempo, preciso dizer duas coisas:
primeira coisa é a que o Ver. Engº Comassetto colocou acerca da democratização
da mídia, que é estratégica para potencializar os meios de comunicação e para a
democracia. A segunda coisa entra um pouco na área mais cultural, que é o
incentivo da Rádio Caiçara que sempre ouvimos: “Rádio Caiçara, onde a música
não para”. Quero dizer que, nos quilowatts da Rádio Caiçara, nós temos uma das
mais elevadas formas de arte do mundo, que é a música. Ainda mais numa nação
como a brasileira que é composta por essa diversidade humana e cultural que só
nos orgulha e a música, possivelmente, seja uma das formas junto com a poesia,
sem dúvida porque a música pressupõe a poesia, que a Rádio caiçara nos
transmite. E que possamos, através dela, unir um povo na luta, mais do que
nunca necessária hoje, pela democracia. Ver. Engº Comassetto, se V. Exa.
precisar de mais tempo, cedo meu tempo pela oposição.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço o aparte, Ver. Engº Comassetto, para
poder homenagear, em função de que aqui se trata apenas de comunicações
pré-agendadas, mas quero transmitir o meu carinho, do Ver. Adeli Sell e do Ver.
Marcelo Sgarbossa com a Rádio Caiçara, com toda a empresa Pampa. Cumprimento o
Sérgio Pinto, o Alexandre Alvarez Gadret, a Viviane Vasques - a gente se
orgulha de ter uma mulher como Diretora Executiva. Aliás, muitas mulheres
jovens estão lá nas produções, no “Atualidades Pampa”; inclusive, gurias que
passaram por aqui, como a Marjane, estão indo muito bem. Eu queria ressaltar
essa característica da renovação, da vitalidade que a Caiçara mostra, já que,
depois de tanto tempo, continua viva e sendo a preferida de tantos cidadãos e
tantas cidadãs de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul. Quero fazer um
reconhecimento à competência, à busca do contraponto, à pluralidade, o que é,
para nós, uma missão muito importante – cumprimento o Deputado Maurício
Dziedricki pela presença aqui – dos meios de comunicação. Nós sabemos que eles
sobrevivem de financiamento, mas têm uma grande responsabilidade na formação da
opinião pública, na garantia da democratização da informação. O rádio tem uma
potência maravilhosa. Acho que a Caiçara mistura bem isso com a garantia do
acesso à música, à arte, à cultura, que eu prezo tanto. E com viés popular, com
esse corte popular, enchendo almas e corações neste dia a dia tão cruel. Muitas
vezes, uma rádio faz toda a diferença, e a Caiçara faz toda a diferença.
Parabéns pelo trabalho de vocês! Longa vida à Caiçara! Obrigada, Ver. Engº
Comassetto.
O SR. ENGº COMASSETTO: Muito obrigado,
Ver.ª Sofia. Complementando a minha fala, renovo os cumprimentos à Rede Pampa e
à Rádio Caiçara. Eu dizia antes para o Ver. Adeli que faria aqui uma fala,
porque tenho muita identidade com a Rádio Caiçara, pois tenho a pretensão de
dizer que tenho um mandato popular. Nem sempre todos se agradam das propostas
que fazemos, e a Rádio Caiçara tem essa postura, pelo menos, com a música.
Frequentemente, tem a postura da música popular, o que nem sempre agrada a
todos também. Vida longa à Rádio Caiçara! Como membro da Mesa, junto com o Ver.
Cassio, o Ver. Villela e os demais aqui, esta é uma homenagem dos 36 Vereadores
da cidade de Porto Alegre. Um grande abraço, muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.
O SR. JOÃO CARLOS
NEDEL: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) Parabéns à Rádio
Caiçara pelos 50 anos de fundação e de grandes serviços prestados ao Rio Grande
do Sul, especialmente Porto Alegre. Eu digo que, nesse momento de crise, onde a
propaganda rareia, a administração de uma rádio não deve ser fácil. O
empreendedor, hoje, que está tocando o seu negócio para frente, é um verdadeiro
herói, não está fácil administrar. Portanto, em nome da Bancada do Partido
Progressista, em meu nome e dos Vereadores Guilherme Villela, Kevin Krieger e
também da jornalista Mônica Leal, quero cumprimentar essa entidade pelos 50
anos. Eu não sei se eu sou órfão ou se eu sou viúvo da antiga Rádio Guaíba FM.
Depois que a Rádio Guaíba liquidou com aquela bela música que a gente ouvia, eu
fui ouvinte da Rádio Princesa, que vocês trocaram pela Rádio Grenal. Eu não
aguento mais ouvir tanto futebol, eu quero ouvir música, e eu não tenho
conseguido acessar a Rádio Caiçara. Como eu e o Villela somos lá de fora, ele
de Uruguaiana e eu de São Luiz Gonzaga, nós ficamos ouvindo a Rádio Liberdade,
104.9, que é uma beleza. Só que, Ver. Cecchim, eu gosto, mas a minha mulher já
não gosta tanto. Então, sempre tem aquela discussão: “Desliga o rádio e tal.” E
eu quero ouvir a Rádio Liberdade. Quero ter essa liberdade. Mas todo mundo sabe
quem é que manda em casa, não é? Todo mundo sabe. E aí eu tenho que desligar.
Então eu quero fazer um pedido: aumentem a potência da Rádio Caiçara, para que
a gente consiga ouvir a boa música que ela sempre nos traz.
O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Nós estamos fazendo uma homenagem para uma rádio de que todos já
falaram o seu bordão, quando eu era criança muito ouvia, até porque nós
tínhamos poucas opções naquela época; hoje em dia temos várias opções, e a
Caiçara segue firme, levando entretenimento para todos nós, assim como o Grupo
Pampa – não só as rádios, também a TV; então vida longa à Caiçara e a todo
grupo, que continua entretendo a todos nós. Obrigado, Ver. João Carlos Nedel.
O Sr. Delegado Cleiton: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Em nome dos colegas do PDT – Ver. Márcio Bins Ely, Ver. João Bosco
Vaz e Ver. Mauro Zacher – eu gostaria der cumprimentar a Rede Pampa e
principalmente a Rádio Caiçara. Hoje, aqui falando, estarei homenageando meu
pai, falecido, Silvestre Soares de Freitas, que tinha o que se chamava no
interior de caixa de abelha, aqueles rádios grandes à válvula. Hoje ainda tenho
esse rádio guardado, mas não funciona mais. De manhã cedo, em Porto Alegre, ele
ligava o rádio para ouvir a Caiçara e tomar um chimarrão. Dessa forma, estarei
homenageando meu pai, minha infância, meus tios e meu sogro, que eu tenho
certeza de que ouviam e ouvem a Rádio Caiçara, agora principalmente reforçada
pelo amigo Sérgio Zambiasi. Então, vida longa a essa rádio, porque ela traz
alegria àquelas pessoas humildes, principalmente, que gostam de estar ouvindo
seus radinhos de pilha em todos os lugares, como o vigilante, o porteiro, a
empregada doméstica, todos aqueles que participam, pedindo e ouvindo as músicas
da Caiçara. Obrigado pelo aparte.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Para encerrar,
realmente quero deixar expresso nossos votos, de toda a Bancada do Partido
Progressista: parabéns ao grupo Pampa, especialmente à Rádio Caiçara pelas suas
bodas de ouro. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª
Lourdes Sprenger.
O SR. IDENIR CECCHIM: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Aqui já falaram quase tudo sobre a
Rádio Caiçara e sobre as demais rádios que grupo Rede Pampa comanda. Eu quero
dizer aqui, Alexandre, que quando Otávio Gadret começou a se dedicar à primeira
rádio, tenho impressão de que ele já sabia, pela visão que tem, a grande rede
que estava fundando naquele momento. A Rede Pampa é uma família. Eu, sempre que
tenho oportunidade, agradeço a essa família que me deu muitas oportunidades,
inclusive para falar com os eleitores.
Até mesmo antes de
ser Vereador, eu, como Presidente da Assonorte – Associação dos Empresários da
Zona Norte (Porto Alegre), que faz parte dos empresários da Zona Norte e não
daquela grande siderúrgica do Norte, Paulo Sérgio, que o nosso Dalegrave
confundia seguidamente; inclusive, uma vez, quando ele queria saber notícias antecipadas
da Aço Norte Siderúrgica, Ver. Valter, e perguntou para mim, junto com o Paulo
Sérgio Pinto, dizendo que tinha ações da Aço Norte, o que faria? Eu disse:
vende tudo! E ela subiu umas oito vezes na outra semana e ele perdeu... Para
quem as informações não podem ser dadas até que foi bom. Eu quero também, junto
com a Ver.ª Lourdes Sprenger...
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu não podia deixar de me manifestar aqui,
Presidente Cassio, e também dar um abraço no Alexandre, no meu querido Paulo
Sérgio Pinto, na Viviane, e dizer da minha admiração por essa rede, por esse
nosso conglomerado – permitam-me aqui que eu diga “nosso”, porque é nosso, dos
gaúchos, não somente a Rádio Caiçara, mas eu diria todos os veículos da rede. E
a importância que, cada vez mais, a Rede Pampa tem, Cecchim, para todos nós.
Acho que faço das tuas palavras as minhas, porque lá também sempre me senti
muito bem acolhido, inclusive quando o nosso saudoso Flávio Alcaraz ficou sem
espaço... Na verdade, hoje é a última rede que se dedica a temas genuinamente
da aldeia, nossos temas daqui, porque tínhamos a Guaíba lá atrás que,
infelizmente, perdeu o seu espírito, tínhamos a TVCOM que também deixou de
existir. E a Rede Pampa continua com seus programas no final da tarde, num
deles tu és colunista, com a Magda, aquele outro que o Paulo Sérgio Pinto tão
bem lidera e as próprias rádios, que são tantas e tantas, as quais sempre
estamos mudando no dial, que não é somente a Caiçara, é a Rádio Grenal, ou é na
Continental, enfim, todas as rádios que há.
Então, quero,
novamente, cumprimentar a todos, a Casa por fazer esta homenagem. E quero dizer
que a Rede Pampa presta um inestimável serviço ao Rio Grande do Sul, porque é
esse espaço que nos dá para que falemos e abordemos as nossas próprias
questões, direcionando para públicos distintos, como bem disse o Ver. Engº
Comassetto, aqui, no caso, a Rádio Caiçara, com uma programação mais popular.
Mas todas elas com as suas programações com diferentes públicos, mas,
sobretudo, atendendo a necessidade, o desejo de fazer um bom jornalismo, de
prestar um bom jornalismo e tratar de nossos temas aqui. Parabéns, Cecchim,
obrigado pelo aparte.
O Sr. Luciano Marcantônio: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e
demais presentes.) A Mesa Diretora está de parabéns por ter proporcionado este
momento para todos nós homenagearmos a Rede Pampa, principalmente a Rádio
Caiçara, que é a rádio homenageada da rede de tantas rádios que tem, com tanta
qualidade. Quero dizer que a Rede Pampa representa o espírito do gaúcho porque
ela é acolhedora, ela trata dos problemas da nossa casa com carinho, com
respeito e cuida daqueles que mais precisam: as pessoas de baixa renda da nossa
Cidade. Essa parceria com o Senador Zambiasi é extremante importante pela voz
que ele representa, das pessoas mais humildes da nossa Cidade. Quero dizer que
lá me sinto em casa; vocês são uma família realmente que representa a alma dos
gaúchos. Quero, cada vez mais, poder homenagear, parabenizar e dizer o quanto a
Rede Pampa é importante para a história de um Estado que precisa crescer,
precisa se desenvolver, mas sempre pensando no outro lado que é a justiça
social. Muito obrigado, Ver. Cecchim.
O SR. IDENIR CECCHIM: Dando o aparte,
Vice-Presidente Paulo Sérgio, às vezes, é melhor deixar os colegas falarem, que
são bem mais brilhantes que eu. Mas eu também tenho um coração. Para falar da
Rádio Caiçara, eu, quando vim lá do Interior, em 1972, fui morar na Pensão
Seleta, na Rua da Praia. Nós ouvíamos a Rádio Caiçara até de madrugada para
depois dormir até depois do almoço, a pensão não tinha almoço no domingo Então
a Caiçara nos alimentava além de tudo isso, e ela fez e faz bem para muita
gente. Aliás, a família Pampa faz bem para muita gente e dá oportunidade para
muita gente, para profissionais que estão iniciando, mas principalmente, Paulo
Sérgio, o Rio Grande todo reconhece a mão estendida da família Pampa para quem
está saindo quase da sua profissão, pessoas brilhantes, que prestam grande
serviço para o Rio Grande - a Pampa não deixa de estender a mão na hora certa.
Então eu acho que isso reflete o que pensa a família Gadret, o que pensa o
Paulo Sérgio, o que pensa a Viviane, é uma rede comercial, mas, acima de tudo,
é uma rede que pensa nas pessoas. Pessoa jurídica não tem coração, mas os seus
dirigentes, no caso da Pampa, têm um coração enorme, em que cabem todas as
pessoas de boa vontade e aqueles que querem fazer alguma coisa por Porto Alegre
e pelo Rio Grande. Parabéns à família Gadret, parabéns a todos os executivos da
Rede Pampa, aos funcionários, a todos aqueles que fazem o bem. Ver. Bernardino,
pode ficar tranquilo, os diretores da Pampa olham, porque eu mesmo aqui fiz um
discurso duro contra a profissional e ninguém lá me cobrou sobre isso. Então
eles deixam o contraditório para todos. E o contraditório quem pode fazer é
quem é imparcial e que se preocupa com o desenvolvimento de Porto Alegre e com
o desenvolvimento do Rio Grande. Cumprimentos à Rede Pampa, que comanda tão bem
a Rádio Caiçara.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Convido o
Ver. Guilherme Socias Villela para fazermos a entrega ao Sr. Paulo Sérgio
Pinto, Vice-Presidente da Rádio Pampa, do Diploma comemorativo aos 50 anos da
Rádio Caiçara.
(Procede-se à entrega
do Diploma.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): O Sr. Paulo
Sérgio Pinto, Vice-Presidente da Rede Pampa, está com a palavra.
O SR. PAULO SÉRGIO PINTO:
Excelentíssimo Senhor Cassio Trogildo, Mui Digno Presidente desta Casa,
saudando-o, estou saudando toda a Mesa Diretora que nos proporcionou, junto com
os demais Vereadores, este momento que, para nós, é extremamente honroso –
vocês não imaginam o orgulho que nos traz. Aos nossos colegas, Alexandre Gadret,
Viviane Vasques, aos nossos companheiros da Rádio Pampa, da Rádio Caiçara que
aqui estão o nosso grande abraço. Excelentíssimas autoridades, o Deputado
Maurício já foi, mas deixo o abraço e o agradecimento por ter vindo; Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras da Casa do Povo da nossa capital, Porto Alegre.
Eu preparei aqui a minha fala, mas, antes disso, eu queria me dirigir ao Ver.
Bernardino Vendruscolo, nosso amigo, entendendo, até pelo poder de empatia, a
imensa ferida que uma crítica – que ultrapassou os limites – lhe trouxe, bem
como à sua família. Muitas vezes, quando se pensa em pluralidade, em liberdade
de imprensa, em liberdade de expressão, isso na exata medida que deveria ser
entendido, não é entendido. E a liberdade de um vai até onde inicia a do outro.
E aí eu entendo que o senhor foi atingido nos limites da sua liberdade ou nos
limites da liberdade do comunicador. Mas, muitas vezes, o silêncio é mais
importante que qualquer outra coisa, e o tempo é o senhor da razão. Esses anos
todos demonstraram claramente tudo o que vivenciamos na imprensa brasileira, de
homens e mulheres que, fazendo imprensa, se autodestruíram pelas próprias
vozes, pelas próprias canetas – usando um símbolo da imprensa do passado – ou
pelos próprios meios televisivos.
Então, fique
tranquilo, que se o senhor foi atingido pessoalmente, nenhum de nós que lhe
conhece sabe que essa era uma mensagem que poderia afetar a sua dignidade e seu
comportamento, que sempre foi ético com todos nós, especialmente com a Rede
Pampa.
Há 50 anos, era
inaugurada a Rádio Caiçara pelas mãos de empresários gaúchos: o Breno Futuro,
Ulisses Moreno, Harry Kley, Lorenzo Gabelline, que muitos dos senhores
conheceram. Vivíamos um período discricionário, revolucionário, e ano era de
1966. O Brasil era presidido pelo Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco,
e a radiofusão brasileira era comandada por uma comissão técnica de rádio.
Somente em 1967, no Governo Costa e Silva, é criado o Ministério das
Comunicações, que passa a ser liderado pelo Ministro Carlos Furtado de Simas,
da Bahia, que foi sucedido por um gaúcho, de Caxias do Sul, Hygino Caetano
Corsetti.
Quase vinte anos depois, teríamos um novo gaúcho no comando das comunicações no
País: Nelson Marchezan. O rádio completava, como implementação, como instalação
naquele ano, 44 anos da vida brasileira.
Embora a invenção do rádio tenha sido oficialmente considerada como do
americano Nikola Tesla, o italiano Guglielmo Marconi teve participação
fundamental, porém, no Brasil, na nossa terra, em Porto Alegre, entre o bairro
Medianeira e o Morro Santa Tereza é que, no distante ano de 1893, o Padre
Roberto Landell de Moura fez aquelas que são consideradas as primeiras
transmissões de rádio do planeta. Vejam que o rádio no Brasil somente foi
acontecer definitivamente na exposição do centenário da independência do
Brasil, no Rio de Janeiro, com a inauguração da Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro, foi inaugurado por Roquette Pinto. Em 1925, surge no Rio Grande o Sul
a quinta emissora do Brasil e a primeira do Rio Grande do Sul, que, somada à
energia de Landell de Moura, a escola castelhana do rádio, o rádio gaúcho
tornou-se o mais eficiente que tínhamos no País. Em 6 de agosto de 1970, o
jovem e empresário de então, gaúcho, comunicador, publicitário Otávio Dumit
Gadret adquire sua primeira emissora, justamente a Rádio Caiçara.
Ainda
eram anos em que as emissoras de amplitude moduladas, AM, ondas médias,
reinavam soberanas, eram também reais as rádios de onda curtas e até ondas
tropicais. A tevê a cores chegava lentamente no Brasil, o que fazia de Otávio
Gadret um visionário que construiria um grupo de comunicações que avançou e
hoje a chega a duas dezenas de emissoras de rádio, que foram ampliadas
especialmente com advento das emissoras de frequência modulada, as FMs, que o
Jornal O Sul e seu portal www.osul.com.br se
complementam como quatro geradoras de televisão e mais de cem transmissoras
espalhadas por todo o território gaúcho. Ouvindo os nossos Vereadores e o
próprio Deputado Maurício Dziedricki, que nos antecederam, Vereadores
Bernardino Vendruscolo, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Idenir Cecchim, Nedel,
Jussara Cony, Valter Nagelstein, Tarciso, Sofia Cavedon, nós passamos um pouco
da história da Rádio Caiçara a limpo. Pois foi com a aquisição da Rádio
Caiçara que começa a ser formada a Rede Pampa de Comunicação, que não possuía
um nome naquela época. Ela foi ganhar notoriedade com este nome mais tarde, com
o somatório de outras emissoras.
Esses primórdios notabilizaram a Rede Pampa pela
quebra de paradigmas que colocam seus veículos no topo da preferência popular.
Aquela primeira emissora, que tinha na época meia dúzia de watts de potência –
não eram quilowatts de potência, Ver.ª Jussara Cony, eram 25 watts de potência
–, era uma pequena emissora localizada em Esteio e acaba se transformando na
líder de audiência do rádio gaúcho, celebrada com o slogan “Caiçara, onde a música não para”. Eu contei: o slogan foi repetido 16 vezes, Tarciso,
nos pronunciamentos aqui.
Os anos passaram, a Caiçara ganhou emissoras
parceiras de grupo. Em 1971, foi o lançamento da Rádio Pampa, que marcou o meio
rádio e foi o primeiro impulso jornalístico do nosso grupo.
No limiar dos anos 1980, tiveram início as
transmissões da TV Pampa de Porto Alegre, um marco na época. A partir daí,
começou a interiorização da nossa rede, com a TV Pampa Norte, em Carazinho, com
a TV Pampa Sul, em Pelotas, e com a implementação das suas retransmissoras.
A década não terminaria sem a criação de mais
uma emissora de rádio, pois, em 1989, inauguramos a 104.0, hoje a emissora mais
ouvida do Estado.
Os anos 1990 representaram a continuidade do
crescimento do nosso sistema de comunicações, com a fundação da TV Pampa
Centro, em Santa Maria e, em seguida, com a aquisição da Rádio Continental.
Décadas após décadas, a Rede Pampa não parou de
crescer, pois, nos anos seguintes, colocamos no mercado gaúcho mais cinco
emissoras: uma na Serra, a Princesa, com uma programação de música orquestrada,
como gosta o Ver. Nedel; a Liberdade, a emissora gaúcha por excelência; e mais
seis rádios, com a Rede Praia e mais as Rádios Tramandaí, Imbé, Xangri-Lá e
Capão da Canoa, que estão aí para encantar os veranistas e moradores.
A Rede Pampa foi a primeira a segmentar o meio
rádio, adequando cada emissora a diferentes fatias de mercado, como agora, a
mais recente criação, a Grenal, que fala 24 horas de futebol e de futebol
gaúcho preferencialmente.
Esta é a Rede Pampa, seus veículos com estilos
diferenciados, voltados a targets
também distintos, cultivando uma característica em comum: a sintonia com seus
públicos-alvos. Este perfil inovador, ao invés de arrefecer, consolidou-se com
o tempo, onde a nossa Rádio
Caiçara se transformou na emissora companheira do ouvinte, com toda a sua
música segmentada, com prestação de serviços, informação e responsabilidade
social. Vejam que essa Rádio Caiçara já viveu praticamente cem por cento da
nova república brasileira; ela vivenciou a metade da história do rádio gaúcho e
brasileiro; ela vivenciou todo o momento democrático em que convergimos para o
presente momento da entendida democracia plena no Brasil. Esse perfil inovador
que se renova a cada momento foi conduzido para o futuro, um futuro que chegou
com a FM, exatamente no momento em que ganhou corpo, prestígio e
representatividade, numa parceria inequívoca com a construção de um composto de
nomes importantes para o meio do rádio comandados por Sérgio Zambiasi, um dos
mais importantes comunicadores da história do povo gaúcho e o mais importante
no presente momento. Zambiasi comanda uma programação que traz audiência
ascendente e constante na nossa Caiçara. Temos a pretensão de dizer que a
emissora capitaneada por ele transformou-se numa verdadeira seleção do rádio do
Rio Grande do Sul, com apresentadores da estirpe de Paulo Josué, do André
Araújo, do César Manoel, do Leandro Maia, da Amanda Block, do Oliveira Jr. e de
uma grande equipe de repórteres e profissionais da produção. Na Caiçara, o
ouvinte tem voz, o ouvinte tem vez, interagindo permanentemente com os seus
comunicadores, o que faz parte do nosso dia a dia – o dia a dia do rádio. A
Rádio Caiçara é uma companheira da manhã à noite, onde a música continua a ser
executada e a comunidade conta com ela para as suas reivindicações e
necessidades – contexto que nos faz uma das mais respeitadas e ouvidas
emissoras do Rio Grande do Sul. Tão forte é a nossa Caiçara que, honrosamente,
aqui estamos para receber esta homenagem dos representantes do nosso povo, do
povo da nossa terra, Porto Alegre. Obrigado à Casa do Povo de nossa gente,
obrigado à nossa Câmara Municipal, aos nobres Vereadores! Contem sempre com a
dedicação, qualidade e serviços da nossa cinquentenária Rádio Caiçara de Porto
Alegre. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Cassio Trogildo): Chegamos ao final deste período de
Comunicações em homenagem aos 50 anos da Rádio Caiçara. Mais uma vez, agradeço
à Mesa Diretora por ter acolhido nossa sugestão e a todas as senhoras e
senhores Vereadores. Agradecemos também a presença do Deputado Maurício e dos
representantes da homenageada, Sr. Paulo Sérgio Pinto, Vice-Presidente da Rádio
Pampa, Sr. Alexandre Gadret, Diretor-Geral da Rádio Pampa, e da Sra. Viviane
Vasques, Diretora Executiva da Rede Pampa. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h45min.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela – às 15h49min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. Rodrigo Maroni está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Prefeito Villela, boa tarde
aos demais Vereadores e Vereadoras, pessoal da Rede Pampa que está se
despedindo aqui da homenagem à Rádio Caiçara, venho ao plenário, na verdade,
antecipei o período de liderança porque hoje entra em pauta um dos projetos que
estou apresentando, e eu espero que a gente consiga fazer uma boa discussão.
Quero, principalmente, pedir a sensibilidade dos funcionários, dos colegas que
nos assistem aqui e do público de casa para este projeto, que parece simples e
que talvez muitas pessoas não tenham parado para pensar, mas que é estruturante
dentro da realidade que a gente vive hoje em todos os Municípios. No Estado do
Paraná, teve um veterinário, talvez muitos puderam acompanhar, que foi
denunciado ao Conselho de Veterinária daquele Estado, por atender um turno
gratuitamente. Eu, particularmente, sou daqueles que acho que cada um faz com a
sua profissão
o que quer, e que isso é uma forma lamentável que o Conselho Veterinário fez
com aquele veterinário em não permitir que, em um turno por semana, ele
atendesse gratuitamente. Eu acho que, inclusive, que isso – e eu comentei, na
época -, seria uma forma inteligente, Maristela, se todos os veterinários
fizessem isso, chamaria mais público para a sua clínica, para seu atendimento.
Eu não estou aqui para comprar nenhum tipo de questionamento, pelo contrário,
eu sou um imenso apoiador dos veterinários, de quem realiza seu trabalho
diário. E eu tenho convicção de que é preciso muito amor para fazer uma
faculdade de medicina veterinária. Porque ninguém entra na veterinária, simples
e puramente, para ganhar dinheiro. Mas os atendimentos veterinários, hoje, - e
eu acho que é de conhecimento de todos -, são atendimentos muitas vezes
compatíveis ou mais caros do que os dos seres humanos. Uma simples cirurgia –
ontem fui levar um animal que foi atropelado no sábado à noite, em
Cachoeirinha, custa em torno de R$ 1,5 mil, R$ 2 mil, R$ 3 mil. E esse projeto
que eu apresento é uma forma de minimizar essa situação. Eu não quero entrar a
fundo para fazer a discussão dos veterinários, apesar de eu incentivá-los,
estou aqui à disposição deles, mas que se coloquem também de forma sensível à
realidade dos animais e à falta de política pública, no sentido de atender com
preços bons. E há vários aqui, em Porto Alegre, que fazem isso a preços
populares. Eu poderia, mas não vou citar nominalmente, porque, provavelmente,
eu deixaria muitos de fora. E esse projeto, Ver. Delegado Cleiton, que eu estou
apresentando - e eu vou querer contar com o senhor -, é um projeto para que pessoas
de baixa renda, pessoas que ganhem até um salário mínimo, tenham um desconto
nas clínicas veterinárias de Porto Alegre, de 20%. Imaginem um indivíduo que
tenha o seu animal de estimação, pessoas de origem trabalhadora, que ganham
pouco, que têm que, muitas vezes, levantar um custo que não têm, parcelar em 30
vezes. Muitas vezes, vendem
coisas de casa, vendem até automóveis; teve casos de pessoas que me pediram uma
segunda ou terceira cirurgia, dizendo “Maroni, eu já vendi o carro”, e tu vias
a sinceridade no olhar dessas pessoas. Uma pessoa que ganha em torno de R$
800,00 não pode, não tem condições, muitas vezes, nem de fazer um atendimento
veterinário para o seu bichinho de estimação. O que eu tenho para dizer, com
toda a garantia do mundo, - Ver. Delegado Cleiton, tu que visitas a periferia -
é que há mais animais adotados por pessoas de baixa renda do que por pessoas de
grandes rendas. Há muitas pessoas que têm rendas grandes; inclusive, ajudam, a
exemplo do Hospital Veterinário de Porto Alegre que está sendo construído. Mas
quase a totalidade das pessoas que moram na periferia, ou são de classe média
ou de classe média baixa, que recebem até R$ 800,00...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. RODRIGO MARONI: ...Se for feita
uma visita na casa, se a gente fizesse uma pesquisa - eu vejo, empiricamente,
isso -, seguramente, quase a totalidade ou, de dez, nove pessoas têm um animal
de estimação. E essas pessoas não têm como fugir, mesmo aquelas cujo animal não
adoece na fase inicial ou não é atropelado ou não tem que fazer um tratamento
cirúrgico - na velhice, o animal acaba tendo que ter um acompanhamento. E, além
de tudo, são caros, não só o atendimento como os medicamentos. Então, este
projeto que eu apresento, que as clínicas veterinárias de Porto Alegre deem 20%
para quem ganha até um salário mínimo, é o mínimo que a gente pode dar. Eu
acho, sem querer interferir no privado, mas incentivando que eles reflitam sobre
essa realidade e se coloquem à disposição com amor.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Lourdes Sprenger está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu vou falar de um tema que tem saído em pequenas notas, mas, de
relevância para todos nós que dependemos de plano de saúde. A Agência Nacional
de Saúde – ANS é a agência reguladora que tem a função de fiscalizar a
prestação de serviços públicos prestados pela iniciativa privada, controlar a
qualidade dos serviços e estabelecer regras para o setor. A ANS autorizou um
aumento de até 13,57% no valor dos planos de saúde, impactando diretamente mais
de 8 milhões de beneficiários que são clientes de planos individuais e
familiares. O Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo – IPCA, verificado
no mesmo período, atingiu 9,28%. Portanto, o que justifica uma diferença tão
grande entre esses índices, para nós, que temos planos de saúde complementar? A
ANS respondeu que a metodologia aplicada é a mesma de 2001, trata-se da média
ponderada dos percentuais de reajuste dos contratos coletivos com mais de 30
beneficiários, que passam ainda por um tratamento estatístico, e o aumento é
válido até 30 de abril de 2017. Porém, é o maior aumento já autorizado pela
reguladora nesses 16 anos de atividade, e este é o oitavo ano consecutivo de
aumento nos planos de saúde acima da inflação. A Associação Brasileira de
Planos de Saúde defende que a variação dos custos médicos e hospitalares foi de
quase 20%; a entidade ainda argumenta que o índice de inflação da área médica é
sempre superior ao índice oficial e que isso é comum em países desenvolvidos,
porém a base de cálculo do reajuste não é necessariamente a mesma, já que o
aumento dos preços leva em conta apenas a negociação direta entre as empresas
prestadoras de serviço e os gestores desses contratos coletivos e não os preços
efetivamente pagos pelo setor médico e hospitalar. A própria ANS explica que o
reajuste não tem a ver com índice de preços, mas sim com a variação da
frequência de itens, como a utilização de serviços, a incorporação de novas
tecnologias e a variação de custos na área da saúde. A Agência trata o assunto
como índice de valor! Para quem paga a conta, trata-se de preço mesmo, basta
ver as novas faturas que estão sendo emitidas. A saúde tem representado um peso
no bolso da população, já que os remédios também aumentaram em torno de 10% nos
últimos dois meses. Em um ano, mais de um milhão de pessoas abandonou a saúde
complementar, os planos de saúde; dois terços eram clientes de planos
empresariais, o que demonstra que o aumento de custo prejudica principalmente
os desempregados e suas famílias. Ao mesmo tempo, a situação econômica penaliza
mais quem precisa, pois o desemprego já está em mais de 10%. E os planos de
saúde perderam 951 mil clientes, pelos dados da ANS. E o setor reúne 48 milhões
de beneficiários em planos de saúde e registrou uma queda, com relação a
dezembro do ano passado, de 12%.
Então,
o que queremos dizer é que o SUS aumentará os seus atendimentos para esses que
estão saindo dos planos de saúde por não terem condições de pagar devido a
esses aumentos significativos e ao desemprego, situação que ainda vai demorar a
ser restabelecida.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver.
Delegado Cleiton está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª
Jussara Cony está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Desiste. O Ver.
Clàudio Janta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr Presidente, senhoras e senhores
membros desta Casa, público que nos assiste nas galerias, público que nos
assiste através da TVCâmara, eu quero, em nome da população de Porto Alegre,
que entregou aqui, nesta Casa, 114 mil assinaturas em nome dos conselheiros do
Orçamento Participativo, que em todas as assembleias do Orçamento Participativo
aprovaram a demanda na saúde, a abertura dos postos de saúde 24 horas.
Em
nome da Conferência Municipal de Saúde, que aprovou a abertura dos postos de
saúde 24 horas, em nome de todos os trabalhadores de Porto Alegre, de todos os
setores, quero agradecer a cada um dos Vereadores que, na quinta-feira, votou
pelo projeto de emenda popular desta Casa que permite a abertura desses postos
de saúde. É de extrema importância para a população de Porto Alegre, e houve
uma sensibilidade, por parte do Secretário de Saúde e do Governo, em entender
essa necessidade para que, gradativamente, a população de Porto Alegre tenha
esse direito, para que as Unidades Básicas de Saúde comecem a funcionar, a
atender a população de Porto Alegre.
Esta
Cidade, que inovou na questão do Orçamento Participativo e que é uma referência
em várias questões, deu um passo à frente. Neste final de semana, o Ministro da
Saúde encaminhou um pedido ao Tribunal de Contas da União comprovando e dizendo
o que, na prática, a gente está vendo, que é impossível que os Municípios
mantenham as UPAs, porque o custo é muito elevado. A política de saúde não é
emergencial, é uma política de atendimento, de prevenção, que tem que ser feita
com os Programas de Saúde da Família e com a participação das Unidades Básicas
de Saúde.
A
nossa Cidade, através desta Câmara de Vereadores e dos seus Pares, que, na
quinta-feira, apertaram o botão do painel e votaram “sim” pela saúde, “sim”
pelo povo de Porto Alegre, deram um passo à frente com uma política que está
sendo revista no Brasil inteiro. A política tem que ser de prevenção, a qual a gente vê no
mundo do trabalho. Não é à toa que as empresas trabalham nas semanas de
prevenção de trabalho, as empresas comemoram o período que ficam sem acidente
de trabalho, porque trabalham na prevenção. Acho que a nossa saúde acontece na
prevenção - tenho convicção disso -, é nos Programas de Saúde da Família, como
já afirmei, e nas Unidades Básicas de Saúde, que vão desafogar os pronto
atendimentos, as emergências. E os colegas desta Casa entenderam esse clamor
popular.
Então, em nome de todos os operários,
trabalhadores, todos os segmentos da cidade de Porto Alegre, todos as regiões
do Orçamento Participativo e dos 114 mil que assinaram o abaixo-assinado para
essa emenda popular, quero agradecer a cada uma das senhoras e senhores membros
desta Casa que, na quinta-feira, votaram pela Saúde 24 horas. Que Deus ilumine
nossos caminhos e que nós sigamos trabalhando para o povo de Porto Alegre.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Passamos ao
O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. ADELI
SELL:
Caro Presidente Villela, colegas Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores,
aproveito o Grande Expediente neste Dia do Cooperativismo para louvar a
iniciativa, especialmente dos gaúchos do passado que iniciaram isso pelo
processo de união, já na época sem ter talvez tão claro, como temos hoje a
ideia da economia colaborativa, fizeram história neste Estado e neste País.
A nossa Cidade, esta sim, precisa de mais
colaboração. Primeiro, o Poder Público deve colaborar com os seus cidadãos
fazendo o que é de seu dever, o que lhe compete. Infelizmente, estamos vendo em
Porto Alegre um grande desdém com os serviços básicos. Quantas vezes teremos que dizer aqui, a
imprensa terá que falar, o povo terá que mostrar, que ter apenas um contêiner
para o lixo orgânico foi a maior furada de planejamento da limpeza urbana de
Porto Alegre. Não sei por que inventaram e por que compraram, o avô dos avôs –
talvez o bisavó, o tataravô – dos contêineres, que a nossa Caxias do Sul já tem
e separa o lixo entre o orgânico e o lixo reciclável. Aqui em Porto Alegre,
quem faz isso e acaba inundando a Cidade com lixo, são os catadores.
A
Cidade está suja, porque nós temos que responsabilizar, neste particular, a
Prefeitura e aqueles que não planejaram como deve ser feita de fato uma efetiva
separação do lixo, quando, lá atrás, há muitos e muitos anos, começamos, em
Porto Alegre, o processo de reciclagem do lixo; tudo foi esquecido.
A
Prefeitura não pode se queixar, porque, inclusive, eu montei uma fanpage na Internet, onde no seu fundo,
eu tenho, inclusive, o logotipo do ReciclaPOA, porque eu apoio, Ver. Kevin
Krieger, toda e qualquer iniciativa positiva que é feita pelo Poder Público
Municipal. Mas, a Prefeitura nos deve explicações acerca do lixo espalhado pela
Cidade. E tem mais, o novo Código de Limpeza Urbana, que eu, infelizmente, não
tive o prazer de votar, porque não estava aqui, mas uma proposição de mudança
eu pude entregar, anteriormente, ao DMLU, à Prefeitura, e felizmente, muitas
das coisas que eu apontava foram corretamente e devidamente utilizadas, que
aumentaram as multas em alguns casos, e isso tem ajudado a municipalidade.
Agora,
uma das outras questões que está a desejar na Cidade é o serviço do
Departamento de Esgotos Pluviais. Pois eu estive na Vila Nova e pude verificar,
porque eu tenho as fotos - e as fotos não mentem, já estão a caminho do DEP. E
aqui eu falo especialmente aos representantes da Prefeitura, André, Mauro,
nosso Líder, Ver. Kevin Krieger, deem uma olhada na estrada do Belém, na rótula
que vai para a Vila Nova, tem um conjunto de novas e antigas construções em que
as pessoas tamparam os esgotos, misturando esgoto pluvial com o cloacal. É um
cheiro insuportável que está atingindo toda uma sequência de casas na parte de
baixo da Av. Belém Velho, naqueles terrenos que vão até o Arroio Cavalhada, que
começa no Parque Belém e descem até atingir a parte baixa da Cidade, entrando
no Guaíba. Esse tem de ser o olhar da Prefeitura, especialmente do DEP, cujo
Diretor é vinculado à sua sigla partidária, Ver. Kevin Krieger. Peço atenção
especial, porque não é pixação, não é futrica, é uma colaboração, porque sei
que nem sempre o Secretário está em todos os lugares. Por isso, peço, de modo
especialíssimo, a atenção, como foi feito em alguns lugares, de fato. Quando eu
comecei a interferir num problema gravíssimo do Lami, demorou alguns dias, é
verdade, mas o DEP foi lá e resolveu o problema. Eu espero que agora não surjam
outros pais para a criança, porque resolveram e todo mundo diz para o povo que
tentam. Eu fui, tentei, conversei, convenci e foi arrumado.
O Sr. Kevin
Krieger:
V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Primeiro, Ver. Adeli Sell,
quero agradecer pela sua manifestação. Quando as coisas acontecem, o senhor
elogia e faz as críticas construtivas, no melhor nível.
Já anotei a sua solicitação e estou encaminhando
ao Diretor do DEP, neste momento, para que possamos buscar uma solução de um
serviço que é importante para a nossa Cidade e para a nossa comunidade.
O SR. ADELI
SELL:
Posso acompanhar qualquer técnico ou qualquer profissional nessa região; é só
me acionar.
Também quero que V. Exa. aproveite porque temos
outro problema grave: na entrada do Túnel Verde da Ponta Grossa, nós temos uma
poça, uma imundície incrível. Então, não adianta fazermos um trabalho,
gastarmos dinheiro com o combate ao zika vírus se ali temos essa água empoçada
há meses e meses, para não dizer anos. Algumas obras dali têm problemas
estruturais, estão malfeitas, portanto, exigem um olhar do Poder Público
Municipal. Ver. Kevin Krieger, não deixem aquelas obras na Ponta
Grossa, no Túnel Verde simplesmente sob a visão de um departamento. Peça que as
Secretarias olhem em conjunto, falando com o Prefeito, com o Vice-Prefeito.
Finalmente, sobre o DEP. Por favor, quem sabe a
gente possa convencer o nosso diretor a ir a esses dois lugares que eu
mencionei? Eu poderia mostrar alguns problemas gravíssimos que nós temos ainda
no bairro Maria Goretti. Estou à disposição, eu sou um caminhante da Cidade,
porque a minha preocupação é com o cuidado do dia a dia de Porto Alegre.
Quero aqui levantar um problema que eu vejo
diariamente na Cidade e que não tem merecido do Poder Público um olhar
adequado. Já falei aqui, na semana passada, sobre a situação do Viaduto Otávio
Rocha. O Viaduto Otávio Rocha, Ver. Cecchim, está com problemas estruturais
gravíssimos. E não deixem na mão de qualquer aventureiro achar uma solução
megalômana para a questão do Viaduto Otávio Rocha. Digo e repito: a proposta de
uma parceria público-privada é necessária e imperiosa; não há recursos nem
federais, nem estaduais, nem municipais. É necessário fazer uma reciclagem
nesse viaduto. Faremos por aqueles que não quiserem participar e sejam permissionários,
faremos o que se fez lá na Grande Cruzeiro. A Prefeitura ofertou, através de
uma lei nossa, o bônus-moradia: 800 famílias puderam adequar-se a um novo
espaço. Aquelas pessoas estão há muitos anos ali no viaduto, mas nós poderíamos
fazer uma grande parceria público-privada. Agora, para isso, tem que ter
ousadia, e eu não estou vendo a devida ousadia da parte da Administração para
resolver essa questão.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, V. Exa.
sabe que nós, Vereadores, não podemos executar muitas coisas, mas nós podemos
dialogar, nós podemos encaminhar várias soluções. Eu quero hoje, dois ou três
dias após o seu aniversário, cumprimentá-lo, e também cumprimentar e agradecer
pela parceria que V. Exa. tem com o turismo em Porto Alegre. Nós temos demandas
importantes: o centro de convenções de feiras, eu sei que V. Exa. é parceiro;
nós temos a expansão da
pista do Aeroporto Salgado Filho, V. Exa. também é parceiro; e também nós temos
outra dificuldade, que está longe do nosso alcance, que é a continuação da
Ponte do Guaíba. Eu tenho certeza de que V. Exa. vai lutar junto com a Frentur
para encaminhar essas soluções. Parabéns, ilustre Vereador.
O SR. ADELI SELL: Não tinha dúvida de que nós somos
parceiros, partícipes, mobilizadores para essa busca de soluções imediatas para
a cidade de Porto Alegre. É preciso também ter um olhar mais atento, mais
comprometido com o Centro de Porto Alegre. Desde setembro do ano passado,
começamos a fazer um processo de retomada de relações com a Brigada Militar,
com o comércio do Centro, as várias associações, os vários grupos. Houve
avanços com a Operação Avante da Brigada Militar, mas é preciso atenção da SMIC
e de todas as fiscalizações. Eu tenho dito que é necessário e imperioso unir as
fiscalizações. Nós temos aqueles chamados bares noturnos, na verdade
“inferninhos”, uma desgraça da cidade de Porto Alegre. Não bastassem aqueles da
Av. Marechal Floriano Peixoto, agora temos um da mesma turma, que suja o leito
da rua todas as noites, inclusive nós sabemos de outros problemas ali na Rua
General Andrade Neves. Nós temos a venda de produtos, como o cigarro paraguaio,
tomando conta de toda a Av. Borges de Medeiros. A Rua da Praia está
intransitável, porque é um verdadeiro bazar a céu aberto de ilicitudes. Não se
pode compactuar com essa situação, é preciso mudar - e radicalmente - o quanto
antes.
Finalmente,
queria chamar a atenção das autoridades, e aqui especialmente dizer que estou
mandando um documento para a Brigada Militar, porque para o Secretário de
Segurança não adianta mandar. Eu vou mandar para a Brigada Militar e para a
Polícia que, na Av. Teresópolis, na frente do supermercado Nacional, há uma
parada de ônibus onde se junta uma gurizada de duas ou três escolas, e, todos
os dias, há assaltos ali. Portanto, está marcado esse espaço, e nós estamos
demandando solução para essa situação.
Nós também sabemos dos problemas de insegurança que existem
em outros bairros. Temos sido acionados sistematicamente para a situação do
bairro Menino Deus. E nós temos que dizer que há algumas praças no Menino Deus,
como a Praça Cid Pinheiro Cabral – aquela ali da rótula do Papa, que fica num
ponto estratégico do Menino Deus –, que está completamente detonada. Esse
cidadão, Cid Pinheiro Cabral, foi uma personalidade da Cidade, a placa está
detonada – eu sei que a praça se chama Cid Pinheiro Cabral –, mas é preciso
retomar esse espaço. A praça está detonada, estragada, é um pedregulho, o verde
desapareceu, fogo nas árvores. Ver. Nedel, por favor, vamos fazer uma cruzada
para defender o Menino Deus, a rótula do Papa e a Praça Cid Pinheiro Cabral!
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exa. tem toda razão. Eu estive lá a pedido de um morador e
constatei, efetivamente, que está com muitas dificuldades, inclusive de
acessibilidade...
O SR. ADELI SELL: Perfeito. A lixeira desapareceu,
acessibilidade zero...
O Sr. João Carlos Nedel: Exatamente. E uma erosão muito grande
por falta de uma calçada ali. V. Exa. tem razão. Esperamos que a SMOV e a SMAM
tomem providências.
O SR. ADELI SELL: Bom, selamos então uma parceria. Juntos
seremos mais fortes e faremos que isso mude.
E,
finalmente, temos que olhar para o Mercado Público de Porto Alegre. Para
concluir, Ver. Villela: é verdade que a Prefeitura teve problemas, talvez não
todos seus, mas de planejamento, sem dúvida nenhuma teve, com a recuperação da
parte do Mercado Público que foi queimada, especialmente o seu telhado. Mas é
inadmissível que, nos dias de hoje, a gente vá ao Mercado Público tropeçando!
Não tem marcação, acessibilidade zero! Zero! Há três anos, eu desenhei,
mostrei, ponto a ponto, o que seria possível fazer no Mercado Público. Ver.
Kevin Krieger, por favor: o Mercado Público pede socorro! Temos que fazer
alguma coisa. Obrigado, colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãos e cidadãs de
Porto Alegre.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado, Ver.
Adeli Sell.
A
Ver.ª Jussara Cony está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de
tempo do Ver. Airto Ferronato.
A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, em primeiro lugar
agradeço ao Ver. Ferronato pela nossa troca de tempo em Grande Expediente.
Venho a esta tribuna me dirigindo de uma forma particular a quatro Vereadores:
Brum, Dr. Thiago, Sgarbossa e Lourdes, que foram nossos presidentes durante
este período na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Tive a honra de ser Vice dos
Vereadores Brum e Sgarbossa. Venho aqui falar, sim, sobre saúde. A Câmara
Municipal de Porto Alegre tem uma história muito interessante na construção do
Sistema Único de Saúde. Há 33 anos, o Ver. Caio Lustosa e esta Vereadora
propusemos a criação da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, sendo que me tornei
Presidente, tendo como Vice o Ver. Caio Lustosa. Esta Casa também participou
ativamente, Ver. Goulart, Vossa Excelência que também sabe bem dessa história
de construção do Sistema Único de Saúde, sendo representada na 8ª Conferência
Nacional de Saúde, sendo que fui Delegada pelo Sindicato dos Farmacêuticos, mas
também levei como membro da União dos Vereadores do Brasil, a
representatividade da Câmara Municipal de Porto Alegre nesta Conferência que
foi um símbolo da construção do Sistema Único de Saúde, o desaguadouro da
reforma sanitária, construindo os princípios do SUS para apresentar à
Assembleia Nacional Constituinte, isso tudo na década de 80. Então, venho hoje
a esta Casa, mais uma vez – já estive aqui falando no golpe à democracia, no
rasgar da Constituição Cidadã, que foi brilhantemente liderada por Ulisses
Guimarães, que teve um papel importante neste processo. Lembro aqui uma frase
de um dos membros, como tanto de nós, mais antigos da reforma sanitária, do
David Capistrano, que dizia: “O combate por um novo sistema de saúde no Brasil
é, também, um combate para a gestação de uma nova cultura sanitária. É uma
batalha institucional e, ao mesmo tempo, uma batalha política e de ideias.” E
os construtores do SUS, Ver. Goulart – que me ouve atentamente –, sabem que o
SUS é uma construção cotidiana, assim como os usuários do SUS.
Venho
aqui também porque esta Casa aprovou, na semana passada, nessa história da
Câmara com o Sistema Único de Saúde, um projeto importantíssimo de autoria do
Ver. Clàudio Janta , que é o posto 24 horas, com os votos necessários. Por
isso, Ver. Janta, que eu digo que o SUS é uma construção cotidiana ao relembrar
a história desta Casa. E também na Comissão de Saúde, que, desde a nossa volta
para cá, foram Presidentes: o Ver. Brum, o Ver. Dr. Thiago, o Ver. Sgarbossa e,
agora, a Ver.ª Lourdes. O seminário que propusemos – lembra Ver. Brum? – num
primeiro momento foi “Saúde, um bem que se quer”, onde tratamos de questões
estratégicas do SUS, começando exatamente por aquilo que eu vou me prender um
pouco mais que é a gestão. Em função do quê? Em função do pronunciamento do
Ministro interino e das posições que também geraram. Aqui quero trazer a figura
da Sandra Fagundes, que é a atual Superintendente do GHC. Eu fui
Superintendente durante um período histórico do GHC, fui a primeira mulher, e a
Sandra Fagundes, hoje, é a segunda mulher Diretora Superintendente do GHC. A
primeira coisa que eu quero dizer é que essa luta do SUS é de todos nós que
construímos o Sistema Único de Saúde, por esse histórico que já fiz aqui, da
reforma sanitária até os dias... Aliás, para mim, o SUS começou na 3ª
Conferência, quando o João Goulart estabeleceu as reformas de base, uma delas
era a reforma sanitária. E aí vem um golpe de Estado em função exatamente da
luta pelas reformas estruturantes e, depois, a ditadura militar. E continuamos,
cotidianamente, construindo o SUS, aliás a ponto de o SUS ter se tornado, pela
luta dos usuários, dos profissionais de saúde, dos trabalhadores, patrimônio
imaterial da Nação brasileira e do povo brasileiro.
Eu
tenho reafirmando, em nome do meu Partido, posições nesta tribuna, nas ruas,
onde luta houver, não a um governo golpista e, portanto, ilegítimo e o seu
Ministro interino, que em um Ministro privatista. Há pouco, a Ver.ª Lourdes deu
um testemunho importante aqui. O Ministro disse: “Tem que diminuir o SUS e irem
para os planos privados”. Quem, no Brasil, na maioria do povo, pode pagar um
plano privado? O SUS é patrimônio de todos, construído por todos, portanto, nós
não podemos deixar que estas palavras do Ministro tenham continuidade
exatamente a partir da sua primeira declaração, porque, com a crise que estamos
vivendo, há uma maior contingência de doenças, mais SUS precisaremos e não
menos SUS. Por que o Ministro diz isso? Ele quer aumentar a excelência do
financiamento público para os planos privados de saúde. Temos que tirar essas
garras privatistas do Sistema Único de Saúde! O SUS é do Brasil, não é deste ou
daquele Governo! Os governos, as gestões têm que materializar o SUS na vida das
pessoas, porque o SUS é um patrimônio do Brasil e do seu povo. E o Governo, com
esses seus interesses, em entrevista, o Ministro deixou isso muito claro...
Retiraram, com o golpe, 54 milhões dos nossos votos. Mas eu vou entrar mais na
questão do significado do SUS para nós, porque ele é importante para a
construção de um projeto de desenvolvimento, com justiça social, com soberania,
com democracia; um processo que estava em andamento neste País, com muito ainda
a ser enfrentado e muito ainda que não foi feito, mas muito também que foi
feito em relação ao Sistema Único de Saúde, algumas políticas setoriais do SUS,
como, por exemplo, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica. Não foi
qualquer coisa aprovar farmácia como estabelecimento de saúde, não é qualquer
coisa a política de Farmácia Popular para que a população possa adquirir aquilo
que o Estado ainda não produz através do seu complexo industrial e assistencial
da saúde criado – eu participei, era gestora do GHC na época do segundo Governo
Lula, com o Ministro Temporão, que é um dos construtores do Sistema Único de
Saúde, vem desde lá da reforma sanitária. E o SUS é estratégico para o projeto
de desenvolvimento, o SUS é estratégico para que possamos resgatar, inclusive,
através da saúde da população, a maior riqueza que nós temos em construir esse
projeto de desenvolvimento, que é a biodiversidade brasileira, diversidade
humana e cultural do povo brasileiro a que o SUS estava atento. Como nós
sabemos, há as doenças étnico-raciais, anemia falciforme, diabetes,
hipertensão, da população negra, e tem que ter esse olhar para essas
diversidades, e só quem faz isso é o SUS. Nós somos trabalhadores do SUS – o
Thiago, o Goulart, eu também –, por isso que nós temos esse amor e cuidado pelo
SUS.
Quero
dar a dimensão política e econômica. O SUS representa hoje 10% do PIB nacional.
Ele emprega milhões de trabalhadores diretos e indiretos. Ele forma ciência,
tecnologia e inovação. Ele forma expertise
em saúde pública. Ele faz a formação e capacitação dos trabalhadores. Ele
também tem as suas dimensões democráticas, soberanas, humanas, culturais e
sociológicas, porque ele foi construído assim. Diz bem a minha companheira de
lutas de tempos, Sandra Fagundes, em relação ao GHC e aos ataques que o
Ministro fez ao GHC. Essa é a estratégia golpista, afirma Sandra Fagundes, e eu
afirmo: desinformar para privatizar e atacar o maior complexo público do Sul do
Brasil, que é o Grupo Hospitalar Conceição. Ao contrário do que dizem os
gestores municipais, principalmente os prefeitos e secretários municipais...
Aliás, os Municípios, Ver. Kevin Krieger, V. Exa, que está atuando como Líder
do Governo na Comissão de Saúde junto com os nossos outros colegas, e como
Líder de oposição eu sei disso, sabemos que toda a falta de aporte de recursos,
do não repasse de recursos, e diminuindo o SUS, quem vai sofrer são os
Municípios, aqueles que mais investem em saúde. E nós estamos pedindo aqui a
presença do Secretário Municipal de Saúde, da Secretária Adjunta, da Secretaria
Municipal de Saúde como gestora num processo de articulação conjunta, para
implementar e enfrentar os problemas do SUS em Porto Alegre. Agora, vem um
Ministro externo à saúde, além de privatista, citando o Grupo Hospitalar
Conceição, como se exemplo fosse para o seu desconhecimento, ou uso da falta da
verdade, para justificar o estrago que quer fazer. O que diz: “O SUS não
precisa de mais recursos, e, sim, de melhorias de gestão” – citando o GHC como
exemplo. Eu vou aprofundar isso aqui.
Em
primeiro lugar, eu tenho que dizer ao Ministro que é um desrespeito o que ele disse ao
GHC e aos seus trabalhadores, desde o seu criador – eu gosto muito da história,
porque a história é aliada -, que podia até ser na época considerado uma figura
contraditória, mas eu respeito muito o Dr. Jair Boeira. Eu sempre gosto de
destacar o que de bom qualquer pessoa fez, porque ele teve, naquela época, há
mais de 50 anos, uma visão estratégica, ele criou o Hospital Cristo Redentor
onde? Na Zona Norte, onde a Cidade estabelecia e concentrava, como forma de
desenvolvimento, as fábricas de diferentes setores, geradoras, inclusive, de
agravos aos trabalhadores, geradoras de acidentes de trabalho. Mas a Zona
Norte, que era e continua sendo a porta de entrada da cidade de Porto Alegre,
pois o Jair Boeira foi lá e criou o Hospital Cristo Redentor, cada vez com mais
qualidade para áreas como a de traumatologia, neurologia e setor de queimados.
Então tem que resgatar essa história. O Hospital Cristo Redentor foi o embrião
do Grupo Hospitalar Conceição, do Hospital da Criança, do Hospital Fêmina, dos
postos de saúde, das especialidades. Aliás, o Fêmina, que queriam privatizar na
década de 80, eu era Vereadora nesta Cidade e fomos para Brasília, junto com a
associação dos servidores, enquanto os outros servidores continuaram aqui
lutando. Queriam vender para a Varig, que inclusive já se foi, nem existe mais.
O Hospital Fêmina, que era e continua sendo uma maternidade e uma referência,
Ver. Dr. Goulart, naquilo que V. Exa. tanto preza, que é a política de atenção
integral à saúde da mulher, que foi construída a partir do Rio Grande do Sul,
para que depois fosse absorvida nacionalmente. E a vitória do Fêmina – eu me
lembro, e agora uma servidora do GHC, a Clori Pinheiro, servidora de mais de 30
anos, que também estava nessa luta, terapeuta ocupacional, ela destaca
exatamente isso, o significado de nós termos ido a Brasília e impedido a venda
do Fêmina. Impedindo a venda do Fêmina, inclusive, a Clori, terapeuta
ocupacional, é do Grupo Hospitalar Conceição, é funcionária de carreira, e
quando nós criamos a linha de cuidado de saúde do trabalhador, foi ela quem
chamamos para ser a coordenadora. Mas o Ministro afirmou uma inverdade, e eu
trago os dados aqui que, inclusive, a Sandra Fagundes refutou, de que o GHC atende 33% da produção do SUS e a Santa
Casa 15%, e o Ministro disse que o GHC ganha R$ 3 bilhões por ano de repasse do
Ministério. E não é! É R$ 1,3 bilhão para produzir tudo o que produz, produz o
dobro de atendimento ambulatorial e ganha o mesmo.
O
que o Ministro quer com essas inverdades, com suas manifestações? Primeiro, eu
acho que demonstra desconhecimento ou intenções de privatização. É informar
errado para formar opinião contra o SUS e contra o GHC, desinformar a
população, jogar contra. E esse jogo não é um jogo limpo. O GHC 100% SUS foi
uma decisão política da primeira etapa, do primeiro ano do Governo Lula. Mas o
Ministro quer o quê? Dizer isso tudo para justificar o injustificável,
inclusive injustificável para o povo que é atendido desde a porta da entrada até
a alta complexidade no Grupo Hospitalar Conceição. Para justificar o quê? A
redução de aporte de recursos? Isso é caminho para a privatização.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme
Socias Villela): A Ver.ª
Jussara Cony prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em
Comunicação de Líder.
A SRA. JUSSARA CONY: Esse viés de falta de gestão e aporte de
recurso é uma hipocrisia na Saúde, isso é tergiversar, é crime de
lesa-patrimônio. Ninguém pode tocar naquilo que foi construído pelo povo
brasileiro. O SUS está correndo graves riscos por falta de recursos, que o
digam os Municípios. Nós estamos todos os dias aqui em articulação, em conversa
com o Secretário Fernando Ritter, porque temos uma oposição consciente,
precisamos das políticas públicas. O que puder ajudar nós estamos ajudando para
vir recursos. E os Municípios são os que mais sofrem com isso e que mais
investem, por isso há um movimento nacional em defesa do SUS.
E
quero trazer outro papel desta Casa. O Saúde Mais Dez é um movimento nacional
pelos 10% da receita tributária liquida para saúde, mais taxação das grandes
fortunas e 25% da receita do Pré-Sal para a saúde. Nesta Casa, em relação à
Saúde Mais Dez, os Vereadores foram parte de 2,6 milhões de assinaturas, onde
estavam o Conselho Nacional, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que
teve um papel importantíssimo para garantir isso, só que parou no Congresso,
nas gavetas e nos escaninhos do Eduardo Cunha. Está lá parado, nas gavetas,
onde podia ser votado, porque, até hoje, o Congresso não vota o percentual da
União. O Estado tem percentual, os Municípios têm percentual, e a União não tem
percentual. E isso é uma luta nossa em todos os governos, principalmente quando
os governos são nossos, porque nós temos o dever de garantir que os impostos
venham para as políticas públicas, venham para os Municípios, porque é aqui que
a pessoa trabalha, é aqui que a pessoa adoece, é aqui que a pessoa precisa da
porta de entrada, da Unidade Básica, da vacina, do hospital.
Então, senhores, nós, gestores, comprometidos
com o SUS – eu digo isso porque fui gestora – não negamos os problemas de
gestão. Não é da noite para o dia que conseguimos mudar as concepções
privatistas em relação à saúde, que vêm de muito tempo, que vêm dos bancos das
nossas faculdades, Ver. Kevin Krieger. Nós, profissionais de saúde, não somos
formados para o SUS. O GHC está formando para o Sistema Único de Saúde, sob a
ótica de equipes multiprofissionais, e aí o ataque ao maior complexo público da
União. Isso não é de nenhum governo, isso é patrimônio do povo brasileiro.
Em todos os seminários que fizemos na Comissão
de Saúde e Meio Ambiente, a primeira questão foi a gestão, e fizemos em
conjunto com todos os níveis. Mesmo o melhor gestor – e o GHC é um bom gestor –
precisa de recursos. E eu digo que o GHC é um bom gestor porque eu sei o que
nós investimos lá e para onde foi, desde 2013. Eu fui Diretora Superintendente.
Reformulamos hospitais e os postos; construímos novos postos, inclusive o
espaço administrativo; construímos o Ciência e Tecnologia; leitos de UTI de
Primeiro Mundo; escola do GHC; estágio para as faculdades da área de saúde sob
a ótica multiprofissional; Estratégia de Saúde da Família; Unidade Básica,
porta de entrada para garantir a saúde; política de assistência farmacêutica;
duplicamos em dez anos o número de servidores, com concurso, com carreira.
Aliás, a média indicada para o Brasil e para todos os países, pela Organização
Mundial de Saúde, é de sete funcionários por leito; o GHC, mesmo dobrando, está
apenas com 5,6; então, precisamos, sim, de mais gestão. Nós precisamos de mais
servidores. Não tem inchaço. Estou dando estes dados, porque o Ministro diz que há um inchaço no GHC. Tem é
trabalhadores qualificados - o GHC é referência no Brasil e para outras nações
do mundo! Funcionários que, em muitos níveis, foram esteio, pelo menos para a
minha gestão. Foi um aprendizado enorme como profissional farmacêutica, de
saúde, construtora do SUS, trabalhar com os profissionais de saúde do Grupo
Hospitalar Conceição. Abrir campos de estágio para as faculdades, não apenas de
medicina, mas para a política de formação de quadros e de equipes
multiprofissionais.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): A Ver.ª Jussara
Cony prossegue a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de
Líder, pela oposição.
A SRA. JUSSARA
CONY: Como
nós afirmamos, tanto a Sandra Fagundes, hoje, saindo da superintendência, como
eu, quando superintendente, a nossa convicção de saúde pública, as nossas
formações profissionais, as nossas vivências e políticas, do ponto de vista da
luta de políticas públicas, é preciso aumentar o quadro do GHC. O que o
Ministro chama de inchaço, talvez seja porque ele quer trazer os de fora que
vão inchar, porque vão aumentar os agravos. Temos que considerar a política
econômica, que é uma política antagônica à justiça social e às políticas
públicas desse Governo que está aí, usurpando, já, os direitos dos
trabalhadores e da democracia. Porque aumenta a complexidade. Esse Ministro não
vive, não conhece a realidade brasileira: é o envelhecimento da população, mais
casos enormes de câncer. Não é por acaso que o GHC adquiriu – deixei
encaminhado isso na minha gestão – espaço para construir um Instituto do Câncer
no Rio Grande do Sul, que é o Estado onde mais aumenta o câncer. Aumento da
violência, aumento das doenças do trabalho, Ver. Clàudio Janta, como V. Exa. há
pouco disse, aumentam os agravos do trabalho, os trabalhadores são adoecidos no
mundo do trabalho. E há aumento dos agravos mentais também dos trabalhadores,
não é só uma questão física. E assim a necessidade decorrente de modernizar e
aperfeiçoar o SUS, humanizar o SUS, acolher, dar consequência ao processo de
inclusão, desde a porta de entrada até a alta complexidade. Afinal quem paga –
estou dizendo isso para o Ministro – o SUS somos nós! Somos todos nós, é o povo
brasileiro, através dos impostos. SUS não é benesse desse ou daquele governo. É
claro que os governantes têm concepções diferenciadas; há os privatistas e há
os que pensam como eu, o
Estado como indutor do desenvolvimento político e econômico e para ter
desenvolvimento econômico tem que ter política pública exatamente para garantir
que o desenvolvimento econômico tenha política pública como o SUS, como
elemento fundante à qualidade de vida dos seus trabalhadores que são os que
fazem o grande desenvolvimento. E outro aspecto, e aí vem o inchaço que o
Ministro gosta, ao contrário do que fizemos como superintendente do GHC, vou
dizer aqui porque é importante: o meu diretor técnico era do quadro, aproveitamos
todos os profissionais, os dois diretores do Hospital da Criança, os dois
diretores do Hospital Nossa Senhora da Conceição, os dois diretores do Hospital
Fêmina, o diretor de recursos humanos, o diretor do serviço de saúde
comunitária. Todos servidores do quadro, porque eles é que têm a expertise e
nos ajudaram a fazer gestão. O que o Ministro diz? Vai trazer profissionais de
fora do quadro – um absurdo -, pois ele crê, não são palavras minhas, são dele,
que os funcionários públicos não têm a menor capacidade de cobrar seus pares
como pessoas de fora. Mas funcionário de carreira não é para cobrar um do
outro, é para fazer junto. Para fazer política pública junto. Eu sou
funcionária de carreira da UFRGS, sinto-me aviltada com isso que o Ministro disse.
O que é isso? Que desaforo é esse? Os servidores públicos de carreira. Isso
aqui é terror, é perseguição, é desconsideração da carreira pública. É acusação
inverídica sobre a capacidade de gestão dos trabalhadores de carreira. E eu sou
testemunha do significado dos trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição. Para
atender aos seus correligionários, para privatizar o GHC, que é 100% do SUS.
Está estruturado com profissionais qualificados e aí o GHC é o filé mignon. Filé mignon para esses que são banalizadores da vida. Para eles, saúde é
mercadoria. Construtores do desrespeito, inclusive a própria morte das pessoas.
Mas não passarão. Não vão privatizar o GHC. Estaremos todos nas lutas, como já
estamos, necessárias, as frentes de luta cada vez mais SUS, não ao golpe, sim à
democracia, ao SUS e à vida. E já chamo, inclusive, para dois atos, um na
próxima quarta-feira, na Igreja São Jorge, reunindo toda aquela comunidade, os
postos de saúde, às 10h e outro às 12h, na Praça da Matriz, por esta luta do
SUS. Quero deixar muito claro a esta Casa, como profissional de saúde, como
membro da Comissão, como alguém que criou, junto com Caio Lustosa, a Comissão,
há 34 anos, parabenizando meus colegas Vereadores, que já citei o nome aqui,
tem sido presidentes da nossa Comissão de Saúde e Meio Ambiente, e outros
Vereadores, que não são da Comissão, como o Janta, por exemplo, que leva
questões importantes para lá sob o ponto de vista dos trabalhadores. Quero
deixar aqui esta posição, senhores, porque temos que estar muito atentos, o GHC
atende a maioria da população de Porto Alegre e região Metropolitana, ele e
seus trabalhadores não podem ser desconsiderados e aviltados pelas palavras
agressivas e sem falta de conhecimento do SUS do atual Ministro...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela – às 16h54min): Havendo
quórum, passamos à
Apregoo a Emenda nº 01, de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, ao Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 007/15.
Apregoo a Emenda nº 02, autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, ao PLCL nº 007/15.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Meu
caro Presidente, só uma informação. No final da Sessão da semana passada, nós
fizemos uma votação, e foi aprovado Requerimento meu que trazia – já esteve na
ordem de votação da quinta-feira passada – o Processo nº 2.028/15, foi aprovado
que seria o segundo da tarde de hoje, até porque teria um posterior.
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Não tem Parecer da CCJ.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Não
tem Parecer da CCJ? Faz três meses que ele está na ordem. Então, vou pedir à
CCJ que dê uma acelerada. Desde 2015 e ainda não passou pela CCJ. Meu caro
Presidente, imploro que a CCJ agilize o encaminhamento do Processo nº 2.028/15, PLCL nº 025/15,
que está ainda sem Parecer. Na CEFOR, toda a vez que os processos chegam a mim,
faço o máximo de esforço para andar com agilidade. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Registro
feito, Vereador.
O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da
ordem da priorização de votação, para que possamos, logo após a discussão e
votação do PLCL nº 007/15, passar à votação das Indicações nº 031/16, nº
033/16, nº 029/16, nº 032/16. Após retornaremos à ordem normal.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme
Socias Villela): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo
Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. Nº 0586/15 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/15,
de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que cria e declara como Área Especial de
Interesse Institucional a Subunidade 14 da Unidade de Estruturação Urbana – UEU
– 52 da Macrozona – MZ – 01, constituída pelo terreno localizado na Avenida
Praia de Belas, 560, ocupado pela Grande Loja do Rio Grande do Sul, define-lhe
regime urbanístico e subtrai essa área da Subunidade 12 da UEU 52 da MZ 01. Com Emenda nº 01 ao Projeto. Com Substitutivo nº 01.
Parecer:
-
da CCJ. Relator Ver. Mendes Ribeiro: pela inexistência de óbice de
natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Emenda nº 01 ao Projeto;
Relator Ver. Mauro Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Substitutivo nº 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA
- art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 23-06-16 por força do
art. 81 da LOM.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Em discussão o
PLCL nº 007/15. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o
PLCL nº 007/15.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, tenho dito,
sistematicamente, que perguntar não ofende. Eu pergunto o seguinte: por que
criar uma Área Especial de Interesse Institucional exatamente nesse espaço? As
pessoas que estão nos assistindo vão nos perguntar, e nós temos que responder.
Em aprovando, qual o benefício que essa instituição vai ter? Aqui é bom
ressaltar que não importa a instituição, vamos tirar o nome da instituição,
Ver.ª Jussara, para não acontecer de dizerem: “Ah! O Ver. Adeli Sell é contra,
porque é a instituição X.” Não, Vereador não pode votar com o fígado, não pode
votar com interesse. Nós sabemos que tudo na vida tem algum nível de interesse.
A dignidade da pessoa humana é um interesse, interesse de quem? Da pessoa. Não
é isso, Ver. Prof. Alex? Nós discutimos aqui que a Prefeitura não tem dinheiro
para tratar do Viaduto Otávio Rocha, pessoal! Ao aprovar esse conteúdo – não é
deste projeto, mas acontece com uma certa sistematicidade em Porto Alegre,
pessoal -, a pessoa não vai precisar comprar índices. Mas por que o Juquinha
tem que comprar índice e o Joãozinho não? Afinal de contas, eu estou fazendo
perguntas, e perguntar, pelo que eu sei, não ofende.
Quero
deixar claro: não importa se uma instituição é do Papa ou do rei; não importa
se é de A ou de B, nós temos que tratar as coisas de forma republicana. No
entanto, nos dias de hoje, a república é uma vã ideia na cabeça de alguns
tresloucados. Eu prefiro ser tresloucado e continuar teimando que, para o bem
da humanidade, é preciso analisar as coisas como elas são, como elas deveriam
ser, que tudo aquilo que nós fizermos aqui tenha um interesse de maioria, que a
gente pense em igualdade tratando os desiguais de forma desigual, porque aí a
gente pode chegar perto, nunca chegaremos a essa utópica igualdade. São
momentos importantes esses de discutir um projeto dessa natureza.
Ademais,
temos outras questões muito semelhantes. Toda a vez que nós discutimos
investimentos na Cidade, o Governo é o primeiro a nos dizer que não tem
recursos, que não pode fazer, mas a gente não pode fazer porque a gente não
está arrecadando como deveria arrecadar. Naquilo que nós devemos arrecadar,
muitas vezes nós deixamos de fazê-lo e penalizamos o Juquinha. Ou não é
verdade? Ou estou dizendo alguma barbaridade? É preciso fazer o debate, e toda
a cidadã ou cidadão que nos ouve deve saber que, se aprovado projeto dessa
natureza, nós estaremos deixando passar batido alguém que poderia e deveria
pagar, não importa a instituição e seu pensamento filosófico. No entanto, o
Juquinha, tendo interesse nesse espaço, há de comprar os índices para fazer o
que deseja, portanto terá um gasto, e a Prefeitura terá recursos para a saúde.
Quanto
às creches, a gente aqui vive dizendo que tem que aumentar os recursos. Mas
como, Vereadores da Bancada do PDT? A Secretária Cleci Jurach vai resolver o
problema do conveniamento de creches se os senhores... Qual sua opinião? Vão
votar? Vou lhes cobrar um quinhão para a Professora Cleci Jurach colocar nas
creches comunitárias. Ou elas não são importantes, Ver. Comassetto? Talvez não
sejam, afinal de contas o mundo é feito de interesses.
Eu
hoje, Ver. Ferronato, tenho muitas perguntas para fazer, talvez mais do que
aquelas que Sócrates fazia, porque lá o tempo era menos complexo do que é hoje.
Hoje é por demais complexo! Então eu vou dizer que votarei contra. Vou justificar
e escrever, inclusive, a justificativa do meu voto, para ficar gravado não
apenas o meu discurso aqui, mas também o meu voto. Depois, sendo aprovado ou
não, eu vou fazer aquilo que poucos fazem: vou escrever a essa instituição o
porquê do meu voto. Eu estou cansado de a gente fazer um mise en scène como se tudo estivesse pacificado, como se tudo fosse
normal, como se todos os projetos fossem água oxigenada. Não, não é assim, tem
interesses, tem necessidades.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu quero lhe fazer uma pergunta. Eu também ouvi
agora sobre o índice. A sua dificuldade é que um paga índice e o outro não
paga índice. É isso? E isso resolveria o problema.
O SR. ADELI
SELL:
Provavelmente! Inclusive, eu estou perguntando! Afinal de contas, ninguém sabe
tudo! Então eu quero saber.
Eu vejo movimentações, nervosismo no plenário.
Porque, às vezes, as coisas passam aqui batidas! Eu, muitas vezes, também
errei! Não dei a devida atenção para certas questões, depois me arrependi
amargamente! Atualmente, estou mais reflexivo. Talvez o passar do tempo tenha
me dado a condição de ser mais calmo, de não ser tão apressado, de dar tempo ao
tempo, sem ser atropelado pela história. Hoje é um dia especial, quero ter
calma, quero ter respostas, fiz perguntas e vou continuar perguntando. Afinal
de contas, o Governo liberou geral, ou ele vai segurar a peteca para a gente
jogar o jogo jogado? Eu fiz cobranças há pouco sobre pequenos serviços na
Cidade que muitas vezes não são feitos, porque não tem dinheiro. Parece que,
constitucionalmente falando, o projeto não tem problemas, mas a questão não é
se ele tem a devida legalidade; é se ele tem a justeza nesse momento de crise,
porque basta a Prefeitura, que não conseguiu atender aos servidores! Se
aprovado esse projeto, posso dizer para os servidores – e aqui não há ameaças,
aqui há o verdadeiro debate: “Professores e professoras, servidores públicos,
nós aprovamos tal projeto e tiramos tantos reais, que poderiam ser o aumento, a
biblioteca da escola, a creche, o buraco tapado na rua, etc. e tal.”
Como nós temos muitos problemas na Cidade e eu
gosto de colaborar com a municipalidade, o meu voto, em princípio, é contra
esse projeto. E vou continuar perguntando. Perguntar não ofende.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): O Ver. Márcio Bins Ely está com a
palavra para discutir o PLCL nº 007/15.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que nos assiste nas galerias, público da TVCâmara, senhoras
e senhores, eu venho a esta tribuna para contrapor a argumentação do Ver.
Adeli, que nos antecedeu. Eu quero cumprimentar o irmão Norton Panizzi,
grão-mestre adjunto da Grande Loja, e demais irmãos que abrilhantam os
trabalhos desta nossa Sessão. Vou fazer um encaminhamento aqui no sentido da
justificativa das razões que nos levam a entender pela apresentação desse
projeto de lei.
O
prédio em questão, já que o Ver. Adeli pediu para não mencionarmos a entidade
ou a representação de que trata o presente projeto de lei, está classificado
numa área onde várias instituições estão estabelecidas, Ver. Paulo Brum. Nós
temos ali os bombeiros, o IPÊ, temos o Tribunal de Justiça, a Secretaria de
Planejamento, a Secretaria de Obras, o novo prédio do Fórum. Toda aquela região
– as torres gêmeas do Ministério Público – é considerada uma área onde as
instituições estão estabelecidas.
Recentemente,
num debate que se travou nesta Casa com relação à implementação do metrô em Porto
Alegre, que é um modal de transporte que tem capacidade para transportar 40 mil
passageiros por sentido/hora, esta Casa entendeu que seria oportuno, importante
e necessário que adensássemos a Cidade por onde passasse o metrô ou por onde
vai passar o metrô. Porque, no entorno das estações do metro, se nós não
adensarmos demograficamente a Cidade, não se justifica o investimento, porque
para transportar 40 mil passageiros por sentido hora no modal metrô, as pessoas
têm que morar perto das estações do metrô. Inteligentemente, o Presidente
Cassio Trogildo, nessa mesma linha do projeto de lei da lavra do Ver. Pujol,
fez uma emenda para que não só se adensasse o caminho do metrô, mas também os
BRTs. E os BRTs passam na Av. Praia de Belas e passam na Av. Erico Verissimo, atingindo o
imóvel que está em discussão na tarde de hoje, ou seja, esse debate do índice 3
foi vencido nesta Casa. E foi aprovado pelos Vereadores também o entendimento
de que, por onde passam os modais metrô e BRT – novos modais com alta capacidade
e possibilidade de carregar muita gente –, se fizesse esse adensamento dentro
da lei, dentro dos parâmetros do Plano Diretor, que hoje permitem o índice 3.
E o que nós fizemos? Aprovado o projeto de lei
na Câmara, tendo em vista que movimento feito estendeu esse benefício para 120
metros adentro dos quarteirões e por outras razões que consubstanciaram a
fundamentação do Prefeito Fortunati e do Melo, não foi possível a aprovação,
apesar de os Vereadores terem entendido que tanto para a Erico Verissimo como
para a Praia de Belas a aplicação do índice 3, considerando que vai apesar um
BRT, era razoável. Então, não estamos aprovando nada diferente do que já
aprovamos aqui.
Seguindo o nosso raciocínio e considerando que
ainda temos três minutos para desenvolver a defesa e as razões que nos levam a
entender que esse é um bom projeto para a Cidade, que resolve o problema de uma
instituição importante que tem contribuído sobremaneira com a sociedade
porto-alegrense, gaúcha e brasileira de um modo geral, no aperfeiçoamento dos
usos e dos bons costumes – eu diria que reúne homens livres e de bons costumes,
que têm colaborado muitíssimo com a nossa sociedade –, é que fizemos esse
encaminhamento e entendimento. O Ver. Idenir Cecchim muito habilmente construiu
um substitutivo que nos permite fazer o seguinte comparativo: por que nós
queremos traçar e estabelecer esse entendimento de que ali nós temos uma área
de interesse institucional? No instituto do solo criado – vou procurar ser
didático para que o debate possa ser compreendido por quem está nos assistindo
–, vamos dizer que a Cidade tenha, numa composição para essas peças mais
centrais, o índice 1.9. Esse índice permite que, num terreno de mil metros quadrados, a
título de exemplo, se construam 1.900 metros quadrados. Já o índice 3,0 num
terreno de mil metros quadrados, ele vai permitir que se construam 3 mil metros
quadrados. É isso. Pura e simplesmente é isso. Então, quando uma instituição
que não tem por fim o interesse na especulação imobiliária, esse benefício pode
ser concedido, e ele está sendo concedido por essa iniciativa. Isso foi feito
aqui em algumas excepcionalidades: para o Inter, para o Grêmio; mais
recentemente, para o Hospital Mãe de Deus e para uma série de instituições que
se credenciaram quando esta Casa fez um projeto específico para a Copa. Várias
outras instituições também se credenciaram numa janela que foi construída pelo
Ver. Pujol, e não cabe aqui a gente apontar, porque foram muitas. Eu estava lá
como Secretário de Planejamento; o Valter também foi Secretário de Planejamento
e sabe do que a gente está falando. Em 2010, a partir da aprovação do Plano
Diretor, esta Casa concentrou uma série de questões de ocupação e de
qualificação de espaços coletivos. O Plano Diretor entendeu que era possível,
inclusive, comprar 300 metros de índice no balcão. Hoje a legislação permite
que o especulador imobiliário, aquele que vai construir para revender e ter
lucro, que vai construir mais um andar, ou uma cobertura, possa comprar 300
metros quadrados para vender mais 3 apartamentos de 100 metros quadrados. A
gente sabe que, atualmente, na média, um apartamento de 100 metros quadrados
tem uma planta de 3 dormitórios com suíte. O especulador vai lá, compra no
balcão o solo criado, constrói mais 300 metros quadrados, revende e tem lucro
imobiliário.
Para uma entidade que não tem interesse no lucro
imobiliário, que a gente sabe, pelo projeto, que quer colocar ali uma
biblioteca, que não vai revender ou construir uma cobertura para vender, para
ganhar, para fazer especulação imobiliária, nós estamos aqui – e eu diria que
com o refino do Ver. Idenir Cecchim – fazendo uma concessão para que ali se
estabeleça um prédio numa localização qualificada para uma instituição que tem
relevantes serviços
prestados para a sociedade e que, em nenhum momento, vai ali especular, lucrar,
vender ou ganhar em cima do que nós estamos aprovando aqui. Por isso esse
gravame. É um gravame: Área Especial de Interesse Institucional.
Então,
fica aqui o nosso apelo. Eu espero que a gente possa ter conseguido, de maneira
didática, explicar e justificar as razões que nos motivaram a fazer essa
concessão dentro daquele ambiente dos Bombeiros, do IPE, do Tribunal de
Justiça, do Fórum novo, do Fórum velho, da duplicação do Tribunal de Justiça, que
já foi aprovada e está em obras, das torres gêmeas do Ministério Público. Que
nós possamos também considerar essa instituição e possamos ali também
considerar a possibilidade de um gravame de uma Área Especial de Interesse
Institucional, porque ali não haverá especulação imobiliária, ninguém vai ter
lucro imobiliário, ninguém vai revender nada do que ali está sendo construído,
é única e exclusivamente para que se possa dar sequência a um trabalho de
aperfeiçoamento de uma caminhada filosófica de homens livres e de bons
costumes, que eu tenho certeza de que continuarão engrandecendo a caminhada dos
aperfeiçoamentos da nossa sociedade de modo geral.
Então ficam as nossas considerações, e eu rogo, Ver.
Goulart, que o Grande Arquiteto do Universo possa nos permitir que tenhamos
pensamentos corretos, que as nossas palavras sejam úteis e que os nossos
sentimentos...
(Som
cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 007/15.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador Villela, presidindo os
trabalhos, eu o cumprimento. Ver. Márcio Bins Ely, eu sei que é muito
bem-intencionado o projeto. Há estruturas, empreendimentos que estão há muito
tempo já num determinado tamanho, não são regulares para se adequar, para
receber um habite-se, e aqui é um esforço de regularização. Nós conversávamos
aqui sobre duas ou três questões primeiro, e não conhecemos a história de cada
um e cada uma, reconhecemos entidades importantes, reconhecemos entidades
beneméritas na lista; não é um questionamento a elas, muito menos à necessidade
de regularização.
O nosso questionamento é que nós precisamos ter alguns
resguardos. Por exemplo, um dos problemas que temos hoje com as instituições
infantis privadas, inclusive que atendem educação infantil, é que teriam que se
credenciar e obter a regularidade para funcionar. Temos quase 600 em Porto
Alegre – não são as conveniadas, são as privadas –, e uma parte ínfima delas
conseguiu ou encaminhou o credenciamento, porque não podem se regularizar, seja
porque não são acessíveis em dois andares, seja porque não cumprem o que o
Plano Diretor previa, são “n” situações. Então essa possibilidade de
regularização tinha que ser aberta a todos em Porto Alegre. Nós tínhamos que
pensar uma política para todos, tipo um Refis, mas um Refis com
responsabilidade social, com algum tipo de contrapartida. Essa é uma questão.
Nós estamos beneficiando uma lista de relações de Vereadores e Vereadoras que
são atuantes, mas não há um critério republicano para ela.
Segunda
questão: ao estabelecer áreas institucionais, há alteração de Plano Diretor. E
nós já tivemos leis anuladas aqui, tornadas inconstitucionais, porque não
cumpriram rituais pelos quais lutamos tanto, que são: alteração de Plano
Diretor pressupõe audiência pública, pressupõe estudos técnicos que embasem
essa modificação. E nessa lista de imóveis não tivemos audiência pública, não
temos estudos técnicos da Prefeitura, do órgão competente, para nos dar a
garantia de que é possível colocar aqueles índices, garantir o novo regime
urbanístico para aquela região, para aquele lugar, sem impactar, sem criar, por
exemplo, um fato consumado, e que o vizinho do lado, os lindeiros, venham a entrar
na Prefeitura com uma ação e exigir o mesmo regime urbanístico. Qual o impacto
que vai dar naquela quadra, naquele bairro essa alteração, que poderá ser
considerada casuística e, ao mesmo tempo, ser tomada como parâmetro para
alteração por outros que vão se sentir injustiçados e afirmar: “Por que meu
vizinho sim e eu não?”. E trata-se de solo criado, impactando na Cidade. Isso é
um valor, um recurso público. O solo criado é um bem público, é um valor
importante para o Poder Público resolver questões como habitação popular. Para
cada metro de solo criado, a legislação indica que, do valor obtido, 75% vá
para habitação popular. Então, temos que ser muito responsáveis com esse
recurso público que precisa ter um objetivo, estar na mão do gestor.
O
debate que fazíamos na quinta-feira aqui sobre os índices construtivos dos bens
inventariados tinha a ver com isso. Se colocamos muito índice construtivo,
autorizamos seu uso, baixamos o valor, retiramos um valor importante, que é
patrimônio público que está na mão do gestor. Então, parece-me que é
precipitado votar assim este Projeto, pois faltam estudos técnicos e debate.
Agradeço, encerrando, dizendo que a nossa Bancada não votará na forma como este
projeto está, votará contrariamente, sem tirar o mérito e a necessidade de
pensar uma política para resolver as construções que estão inadequadas, as
quais não vamos querer demolir, pois querem ser regularizadas. Aí, tem que
pensar uma política para o conjunto da Cidade, para as instituições infantis,
para todas as instituições que estão com o mesmo problema. Esta política tem
que imbuir, sim, primeiro um estudo técnico da repercussão, do impacto e tem
que ter contrapartida.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme
Socias Villela): Apregoo a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Clàudio Janta, ao
Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 007/15.
Apregoo a Emenda nº 03, de autoria do
Ver. Clàudio Janta, ao Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 007/15.
O
Ver. Engº Comassetto está com a palavra para discutir o PLCL nº 007/15.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, prezados colegas
Vereadores e Vereadoras, quero fazer aqui um diálogo desse processo, primeiro,
fazendo um registro sobre a memória desta Casa. Este tema já veio a debate em
uma outra ocasião, quando um conjunto de Vereadores veio a esta tribuna e
situou que o projeto estava deslocado naquele momento. Houve o apelo ali da
Grande Loja do Rio Grande do Sul, que queria regularizar o prédio. E nós
dissemos aqui que auxiliaríamos no processo de regularização. Eu faço parte da
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação; se essa é a Comissão que
trata desse assunto e não pôde analisar o projeto, eu quero dizer que faltam
informações sobre este tema aqui. Eu acredito que da maneira como... Eu
confesso aos senhores e às senhoras que a mim e à nossa Bancada o projeto nos
pegou de surpresa por ele já estar na Ordem do Dia hoje.
O
que apareceu aqui? Três temas que gostaríamos de compreender melhor. O primeiro
deles é da ordem da legalidade, da CCJ; e nem a Procuradoria da Casa apontou o
que o Plano Diretor diz, que mudanças de regime e mudanças de índices no Plano
Diretor precisam ter audiência pública. Há poucos dias aprovamos a lei das
AEIS, que é uma lei do Executivo, sem ter audiência pública, e o Tribunal
derrubou a lei porque não foi feito esse mecanismo anteriormente. E aí não é
porque eu gosto ou não gosto da situação é uma questão do processo da
legalidade. Nós aprovamos um projeto com... Se há essa lacuna, eu quero
dialogar aqui com os colegas Vereadores – o primeiro ponto é esse.
O
segundo ponto é que foi colocado aqui o índice 3, que é o índice mais elevado
da Cidade. Quando não é utilizado na área, esse índice pode ser vendido. Bom,
isso concorre com os índices da Cidade. Eu gostaria de saber quantos índices
precisam para fazer a regularização daquele local assim como está? Será que é
índice 3? Volto a dizer aqui, não passou no nosso debate lá na Comissão de
Urbanização, Transportes e Habitação, esses números não estão demonstrados com
clareza. E terceiro: o projeto original já não existe mais, já é um
substitutivo do Ver. Cecchim, e, como era um problema, ele já trouxe mais três
problemas, mais quatro ou cinco que foram incluídos aqui. A Sociedade Libanesa
de Porto Alegre é simpática a todos nós, assim como a Paróquia Nossa Senhora do
Trabalho, assim como o Clube Comercial lá do bairro Sarandi. Bem, mas nós temos
o Clube de Ipanema, que está nas mesmas condições. Eu quero problematizar isso
para mostrar que o tema é bastante amplo, e esses clubes todos necessitam do índice
para fazer a sua regularização ou não? Aqui nós temos que confiar no que os
colegas estão apresentando, mas é bom demonstrarmos isso em um mapa em que
possamos dizer que para regularizar a Igreja Nossa Senhora do trabalho não se
consegue pelo índice que está no Plano Diretor. Mas qual é o índice necessário
para sua regularização? Além desses que o Ver. Cecchim apresentou, nós fomos
informados que estão sendo apresentadas mais quatro emendas neste momento.
Então, vejam, senhores e senhoras, o tema, que era um, já tem mais dez. Quanto
mais complexo fica, mais dificulta o entendimento. E como todos tratam de
mudança de regime de Plano Diretor e de se doar índice para que essas entidades
e instituições possam fazer as suas devidas adequações para regularização...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. ENGº COMASSETTO: ...Eu creio
aqui que, por parte dos autores do projeto, por parte da Procuradoria da Casa,
que analisem... E eu conversava há pouco com o Diretor Legislativo, que entende
e nos orienta nos processos, ele disse: “É, para mudar regime urbanístico,
necessita de audiência pública”. Bom, então vamos consultar a Procuradoria da
Casa e ver se isso é
correto. E acredito que seja, essa é a justeza do projeto. Outra: se há mais
dez que vieram aqui, vamos mandar para a CUTHAB analisar um a um desses temas
colocados aqui. Então, nós temos essas dúvidas. Não nos sentimos em condições
de votar esse projeto assim como está apresentado hoje. Se os autores quiserem
manter, teremos dificuldade de clareza nesses quatro eixos que apresentamos.
Era uma, passou a ser dez. Nesta uma que fizemos, o acordo é para regularizar,
quantos índices precisam? Precisa ser índice 3? Fica a dúvida registrada.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCL nº 007/15.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, o presente projeto de lei proposto pelo Ver. Márcio Bins Ely, que
recebeu uma grande contribuição do Ver. Idenir Cecchim, precisa ser entendido
em toda a sua extensão. A iniciativa primeira de contemplar a Maçonaria com uma
definição urbanística assemelhada a templos religiosos e a outros segmentos me
parece ajustada, até dentro da projeção natural que todos nós temos que fazer
para ampliar o máximo possível não só a liberdade religiosa, como também o
livre pensamento, a liberdade filosófica, etc, e prestigiar as entidades que a
isso representam. Se mais não fosse, Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, a emenda do Ver. Idenir Cecchim introduz instituições extremamente
meritórias e significativas da Zona Norte de Porto Alegre, entre as quais o
Clube Comercial Sarandi, que é um marco histórico daquela área. O Ver. Mauro
Zacher
é mais vinculado à social lá do Gondoleiros. Existe também o Lindoia Tênis
Clube na região, mas, lá no Sarandi, o Clube Comercial Sarandi é que deu o
marco, o referencial, etc.
Então, Vereador, eu que já tinha simpatia pela
proposta do Ver. Márcio Bins Ely, com a sua emenda, que não se restringe tão
somente como lá no Clube Comercial Sarandi, que fala lá na nossa paróquia, na
Nossa Senhora do Trabalho, onde estivemos juntos no último dia 1º de março, na
nossa queria Sociedade Libanesa de Porto Alegre. Enfim, essa universalização do
processo dá essa condição especial de justificar claramente o nosso mais amplo
apoio a este Legislativo.
Por isso, Sr. Presidente, ao me manifestar nesta
hora, quero acentuar – porque necessário – que essa concordância não é mera
simpatia emocional com o projeto que chega a essa condição na hora da sua
definição, é mais do que isso. Eu entendo que o desenvolvimento urbano e a
organização do processo urbanístico de Porto Alegre tem que necessariamente ser
ciclicamente objeto de uma reanálise e da consagração de novas realidades. É
exatamente o que ocorre no momento em que estamos reconhecendo como Área de
Interesse Institucional várias instituições, a começar pela Maçonaria, mas
passando pelo Clube Comercial do Sarandi, mais adiante, com a Sociedade
Libanesa, com a Paróquia Nossa Senhora do Trabalho, na universalização do
processo.
Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero
deixar muito claro, Ver. Guilherme Socias Villela – grande ex- Prefeito da
nossa Cidade –, que essa visão do projeto se assemelha muito àquela sua visão,
quando Prefeito de Porto Alegre, que resolveu, inteligentemente, fazer o que
hoje as pessoas têm dificuldade de fazer: V. Exa. conseguiu preservar inúmeros
prédios de interesse histórico na Cidade sem gastar um centavo do Município, só
com a inteligência. A inteligência e a criatividade têm de ser colocadas sempre
à disposição do andar do cotidiano, do andar da sociedade, do olhar da vida em
comum de todos nós. E é nesse particular,
Ver. Idenir Cecchim, que me honra e me prestigia com sua audiência, que me
filio nesta hora em que estou na tribuna, como sempre faço, dando o meu
integral apoio à proposta do Ver. Márcio Bins Ely, que se consolidou, foi
sacramentado e, sobretudo, engrandecido com a emenda proposta por Vossa
Excelência. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLCL nº 007/15.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, Ver. Reginaldo Pujol, eu queria lhe agradecer pela sua didática ao
explicar. Ver. Comassetto, V. Exa. pegou bem aqui. Nós estávamos falando em
cima do projeto original, e eu quero discorrer sobre o substitutivo. Nós
aproveitamos para que não fosse exclusivo de alguém, assim como votamos na
época índices para o Grêmio, para o Inter, para o Hipódromo, votamos bastante,
só que lá é comercial, os prédios que foram construídos ao redor da Arena são
para vender. São para venda! Ou vocês esquecem que também, no Estádio dos
Eucaliptos, foi tudo para vender, não foi para fazer biblioteca, não foi pago
índice nenhum? E nós votamos aqui e damos, tranquilo; não quero cobrar nada de
nenhum Vereador, porque eu também votei junto, sem problema nenhum.
Aqui,
nós nos preocupamos foi com o sentido de criar Área de Interesse Institucional
na cidade de Porto Alegre, e está aberto às igrejinhas, não pode ser coisa
particular. Pode ser igreja, pode ser Maçonaria, pode ser sociedade, clube,
como é o caso da Sociedade Libanesa, a Paróquia Nossa Senhora do Trabalho. Eu
falo da Nossa Senhora do Trabalho porque é a minha paróquia, eu quero que seja
uma área institucional.
(Aparte
antirregimental.)
O SR. IDENIR CECCHIM: Eu sou quase, Ver. Paulo Brum. Mas é a
igreja, o Santuário
Nossa Senhora do Trabalho, e, no dia 1º de maio, o Ver. Janta talvez seja o
maior colaborador dessa paróquia. Faço questão de dizer porque, às vezes, as
pessoas não dizem, mas o Janta e a Força Sindical são grandes colaboradores da
Nossa Senhora do Trabalho. Se a emenda fosse do Janta, seria perfeita também,
mais do que se eu tivesse feito.
Estas áreas que estamos destacando aqui para que
sejam declaradas institucionais são endereços da Cidade, são endereços que não
têm núcleo nenhum, mesmo que aumentassem para índice 10, não 3. E aqui não se
aumentou, regulariza-se um terreninho e mais nada, para fazer com que se possa
regularizar uma situação de alguém que não tem fim lucrativo nenhum, de alguém
que não vai vender, que não vai alugar, que não vai fazer nada, a não ser
atividade cultural. É muito mais limpo do que o que fizeram com a Lei Rouanet,
porque aqui não tem compensação. Não tem compensação nisso, apenas se faz
aquilo que sempre se fez. Um terreno de umbanda não tem lucro; qualquer igreja
de qualquer confissão não é para ter lucro. E aqui também não tem lucro nenhum.
Por isso eu não tenho nenhum problema de dar explicação: “Ah, votaram para
regularizar”. Sim, votamos para regularizar, como votamos muitas dessas outras
para regularizar, com uma diferença: nesta regularização aqui, não se aufere
lucro para ninguém, ninguém vai vender nada, ninguém vai alugar nada; não vai
valorizar para ser vendido, não vai crescer um andar a mais para alugar para
salão de festa. Não. Aqui é para se discutir filosofia de vida. Eu acho que
isso é importante e muito sério.
Eu concordo com o Ver. Adeli Sell: “Ah, tem que
ter índice, porque o João paga, e a Maria não paga”. Eu acho que sim, se nós
botarmos João e Maria, tudo bem; só que aqui são diferentes. Se fosse um
construtor pagar e o outro construtor não pagar, tudo bem. Se fosse o Cecchim
não pagar e o Adeli pagar, estaria errado. Mas não é esta a situação. Nós não
estamos isentando alguém em benefício de outro alguém. Nós estamos discutindo índices para
preservação histórica, pois bem, aí vamos dar o índice. Nós temos que fazer uma
coisa que seja para todo mundo e para todas as situações. Acho que isso aqui
está bem fundamentado para não dar lucro para ninguém. São áreas institucionais
da cidade, endereços tradicionais, que não vão surgir depois dessa lei. Esses
endereços existem, têm CEP, têm CNPJ, mas não são para ter lucro, são CNPJs
para que sejam transparentes. E todas essas entidades são transparentes, não
visam lucro; ao contrário, ajudam muito sem fazer farol. Na época que não há
remédio em alguns lugares, há uma fundação que ajuda muita gente sem ficar
fazendo farol. É isso que não existe aqui. Essas entidades não fazem propaganda
do bem, fazem de coração. Essa entidade não é passível de pagar imposto, como
as igrejas não pagam imposto. E nós estamos propondo aqui algo muito
importante, sem medo de propor. Eu até fiz esse substitutivo a pedido de alguns
Vereadores, inclusive da oposição, na época que não queriam que fosse para um
endereço só. Espero que haja esse entendimento para que se possa fazer justiça
com quem pratica o bem para muita gente, sem fazer alarde. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. IDENIR CECCHIM
(Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Guilherme
Socias Villela – às 17h53min): Solicito abertura do painel eletrônico
para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) (Após
o fechamento do painel eletrônico.) Não
há quórum.
Encerrada
a Ordem do Dia.
O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, informo a V. Exa. e aos
excelentíssimos Srs. Vereadores que infelizmente agora há pouco o Soldado Luiz
Carlos Gomes da Silva Filho, de 29 anos, numa abordagem a um carro na Zona Sul
de Porto Alegre, foi alvejado e foi a óbito. Mais um bravo Policial Militar que
infelizmente tomba frente à criminalidade que campeia, que anda de forma
irrefreada pela nossa cidade e pelo nosso País. Queria pedir um minuto de silêncio
em homenagem a esse Policial Militar do policiamento discreto, que infelizmente
acabou sendo morto agora à tarde. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1048/16 – PROJETO DE LEI LEGISLATIVO Nº 099/16, de autoria do Ver. Rodrigo Maroni, que
assegura às pessoas de baixa renda a gratuidade em 20% (vinte por cento) dos
atendimentos a cães e gatos realizados por clínicas e consultórios veterinários
no Município de Porto Alegre.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1132/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/16, de autoria do Ver. Mario Manfro, que
inclui a efeméride Semana Municipal do Grafite e da Arte Urbana no Anexo da Lei
nº 10.904, de 31 de maio de 2010 – Calendário de Datas Comemorativas e de
Conscientização do Município de Porto alegre –, e alterações posteriores, na
semana que compreender o dia 27 de março.
PROC.
Nº 1408/16 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 134/16, de autoria da Verª Sofia Cavedon e
outros, que tomba o imóvel conhecido como Armazém A7, localizado no Cais Mauá.
O
SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhores e senhoras, está em
discussão preliminar de Pauta um projeto de lei de autoria de vários Vereadores
e Vereadoras, para a nossa alegria, construído a partir do Movimento Cais Mauá
de Todos, de vários partidos. Uma proposta de tombamento do armazém A-7, o
último dos armazéns no alinhamento do Cais Mauá, junto à Usina do Gasômetro. É
desse tema que eu quero falar, enquanto o Ver. Engº Comassetto prepara-se para a Liderança, para
tratarmos o tema da Segurança, tão grave, tão importante e que tem que estar na
nossa Pauta todo tempo.
O projeto Cais Mauá está com sérios problemas e
muito fortes questionamentos. De um lado, temos a sociedade civil organizada,
os movimentos
sociais que defendem uma Cidade mais harmônica, questionam o modelo proposto e
que começa a ser licenciado para o Caís Mauá. Não entendem por que construir um
enorme shopping center ao lado da
Usina do Gasômetro. E esse shopping
center, exatamente, prevê substituir o último armazém, o A-7, que nós
entendemos que compõe uma paisagem que já é identidade da nossa Cidade, que é
imagem da beira do rio. Domingo, nas ilhas, eu de novo e fotografei a vista do
Cais do Porto, desde a comunidade Mabilde. E aquele alinhamento belíssimo dos
nossos armazéns, tons terra,
que terão uma interferência brutal de um shopping
center, que terá, pelo menos, dois pavimentos de estacionamento. Hoje de
manhã, Vereador, nós estivemos na Cauge e olhamos os projetos. O Movimento Cais
Mauá de Todos olhou os projetos. Então, o primeiro e o segundo pavimento, cada
um deles acolherá quase 500 boxes de estacionamento no centro do shopping, e, ao redor, nós teremos as
lojas que compõem o shopping center.
Ora,
nós e o movimento de tombamento do A-7 não aceitamos a retirada deste armazém,
que é um armazém da nossa construção histórica, para substituí-lo por um shopping. Se, pelo menos, essa
intervenção incorporasse o armazém, o armazém compusesse atividades comerciais
ali dentro, não teria nenhum problema. A comunidade organizada, o Movimento
Cais Mauá de Todos não é contra atividades comerciais na beira do Guaíba,
livrarias, restaurantes – não é contra –, desde que se preserve aquela
ambiência. Então, o nosso projeto, assinado por vários Vereadores – desculpem
que não leio os nomes aqui, porque não estou com o processo na mão –, começa a
tramitar hoje, é a primeira discussão de Pauta, propõe tombar o armazém A-7.
Ele não impede que ali se revitalize; óbvio que o tombamento não impede que se
revitalize o Cais Mauá. Tanto que os demais armazéns – 1, 2, 3, 4, 5 e 6 – são
tombados, e ali tem todo um projeto de revitalização, de ocupação intensa para
que as atividades, para que o cais, para que a beira do Guaíba sejam melhor
aproveitados.
Então,
espero que esta Casa possa, de forma coletiva, suprapartidária, aprovar esse
belo projeto de lei, indicar para o Governo, que está recém avaliando as
propostas, o EVU, ou seja, ainda não há projeto, há um desenho, mas não há
projeto arquitetônico. Que o Governo possa indicar ao empreendedor que
incorpore o armazém A-7, que o proteja, que o valorize na nova ambiência que
terá o Cais Mauá. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigada, Ver.ª
Sofia.
O
Ver. Engº Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ENGº COMASSETTO: Sr. Presidente, Colegas Vereadoras e
Vereadores, em nome da nossa bancada – a bancada do Partido dos Trabalhadores –
e em nome da nossa Líder, a Ver.ª Sofia Cavedon, venho falar em liderança neste
momento, porque conversamos na bancada hoje, e me foi incumbida a tarefa de
falar do tema da segurança.
Há
poucos minutos recebemos a triste notícia de que mais um agente da segurança
pública do Rio Grande do Sul foi assassinado no entorno da Rua Dr. Campos
Velho. Os jornais de hoje, Ver. Guilherme Socias Villela, particularmente o
jornal Correio do Povo, estampam na sua capa a falta de segurança em Porto
Alegre e no Rio Grande do Sul. Com esse pedido da bancada, Ver. Cleiton, eu me
preparei para falar do movimento organizado na Zona Sul da Cidade: o comitê
pela segurança da Zona Sul da Cidade. Na verdade, esse é um comitê que reflete
toda a cidade de Porto Alegre e todo o Rio Grande do Sul. Esse comitê fez a sua
manifestação durante todo o sábado ali na rótula das Avenidas Diário de
Notícias e Wenceslau Escobar, na frente da casa do Governador Sartori. Ali o
comitê em defesa da segurança da Zona Sul da Cidade tem se instalado e feito
uma diligência direcionada ao Governador José Ivo Sartori, porque já se passou
um ano e meio de Governo, e o tema da segurança... No dia de hoje, começaram a
surgir algumas notícias de que vai haver algum movimento direcionado à
segurança, e vejam só: a estrutura que ele recebeu foi desmantelada nesse
período, os trabalhadores da segurança – a Brigada Militar e a Polícia Civil –
estão recebendo os seus salários parcelados, os recursos para as horas extras
foram cortados, a infraestrutura e os recursos para colocar gasolina não existem.
Bem, como é que as equipes de segurança vão trabalhar para atender às demandas
da sociedade? É claro que isso engrandece aqueles que têm o crime organizado e
contra-atacam, e aí ocorrem situações como essa que o Ver. Valter acabou de
anunciar aqui, que um policial acabou de ser assassinado na Zona Sul da Cidade.
Mas isso poderia ter ocorrido em qualquer outra parte da Cidade ou do Rio
Grande do Sul.
Hoje
as comunidades estão cada vez mais presidiárias do seu próprio medo. As casas,
os condomínios, os apartamentos têm todo um conjunto de equipamentos, cercas,
grades, arames farpados, cercas elétricas, câmeras, alarmes para tentarem se
proteger, e muitos, quando chegam em casa, têm que comandar o portão da
garagem, que é eletrônico, e são atacados nas portas das suas casas. E não
existe mais aquela distinção, se é classe média, se é classe baixa ou se é
classe alta, se é periferia, se é Bom Fim ou se é Três Figueiras, isso está
generalizado na cidade de Porto Alegre.
Hoje
esteve, aqui pela manhã, o Secretário de Segurança do Rio de Janeiro, a convite
da Presidência da Câmara Municipal, trazendo um conjunto de ações que ele
desenvolveu nesses oito anos que está no comando da segurança do Rio de
Janeiro. Mas uma delas é principal. Amanhã teremos audiência pública, ou seja,
a grande audiência pública para discutir o tema do transporte individual dos
táxis versus as plataformas, entre
elas o Uber. Nós estamos aqui com a maior preocupação e, ao mesmo tempo,
pedindo que haja tranquilidade e calma no tema da segurança lá no Gigantinho,
porque não se sabe. Sempre sabemos como começa um tema polêmico como esse, mas
nunca sabemos como terminam as situações de agressividade. Precisamos ter
tranquilidade. Eu falava dos taxistas, que voltam a esta Casa. No ano passado,
a CUTHAB trabalhou intensamente para que o GPS e o botão de alarme, que foi
colocado pela Prefeitura, viessem a funcionar. O Secretário de Estado assumiu
um convênio com o Município dizendo que, em 30 dias, estariam instalados; mas,
até hoje, os botões de alarme não funcionam. Repito: a Casa trabalhou muito
para que o GPS e o botão de alarme dos táxis funcionassem num sistema, com a
EPTC e a Secretaria de Segurança, foi algo acordado, mas, até agora, não veio a
funcionar. Portanto, Sr. Presidente, eu concluo dizendo que nós precisamos
trabalhar aqui de forma integrada e segura. Essa é a fala do Partido dos
Trabalhadores neste momento.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): Obrigado, Ver.
Engº Comassetto.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, no primeiro dia de discussão preliminar de pauta, nós temos um
projeto de lei que vamos discutir na próxima Sessão Ordinária, já que, em 2ª
Sessão, nós temos dois projetos de lei do Legislativo de grande relevância, de
grande profundidade e – por que não? – de grande dose de complexidade.
Vou,
Sr. Presidente, devidamente autorizado, porque eu li nos autos, me manifestar
mais expressamente, Ver.ª Sofia Cavedon, sobre o projeto de lei de V. Exa.,
que, por coincidência, surge na Casa num momento em que se discute, em Porto
Alegre,
a efetivação de determinadas medidas por parte do Executivo Municipal, as
chamadas listas de bens imóveis que constituem o patrimônio histórico cultural
de Porto Alegre e que, no entendimento de muitos, inclusive no de quem lhes
fala, se constituem num grande exagero que precisa ser contido. Eu acredito que
o processo que hoje está andando tem o condão de atenuar profundamente essas
circunstâncias, se não de alterá-la – que é a nossa expectativa.
De qualquer forma, Ver.ª Sofia, quero dizer a V.
Exa. que a própria legislação juntada ao projeto nos impõe um raciocínio que,
efetivamente, tem respaldo inclusive de posições anteriores da Casa a respeito
da capacidade de iniciativa do Vereador em matéria de tombamento, na medida em
que a legislação estabelece uma série de providências prévias, que são todas
elas determinadas pelo Executivo, sem as quais não prospera o tombamento.
O que eu queria antecipar, Ver.ª Sofia, é que
nós teremos uma bela discussão a respeito do assunto antes mesmo de olhar o seu
mérito. Por incrível que pareça, se eu tenho alguma restrição à forma de
encaminhamento, no principal, no mérito eu até digo: “Olha, andando por aí,
qualquer arquiteto vendo uma casinha em Petrópolis diz que aquilo lá é um
patrimônio histórico, sem a menor justificativa”. Então por que não estabelecer
nos bens que são do patrimônio público do Município, do Estado, da União essa
preservação?
No mérito, acho que a Ver.ª Sofia não se
equivoca em colocar o Armazém C-7 no rol. Eu discutiria, e vamos discutir,
certamente, porque o projeto começa e tira. A operação proposta não esbarra em impeditivo de ordem legal, que não
foi sequer levantada pelo Procurador da Câmara de Vereadores.
O Sr. Valter Nagelstein: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu quero um aparte para, infelizmente, contraditar uma parte de sua
fala, embora concorde com 99%. Quero dizer que a Ver.ª Sofia se equivoca, sim.
Primeiro, ela mexe numa situação de um ato jurídico perfeito, um contrato
havido entre o Governo do Estado e o empreendedor do Cais. Segundo, porque o
patrimônio já foi por demais zeloso, tombando os equipamentos e os prédios, que,
de fato, eram patrimônios históricos e foram tombados. Isso tudo vem na esteira
de um movimento – que é respeitável, enfim, do qual a Ver.ª Sofia faz parte,
que é contra a lógica da exploração privada daquele espaço por um empreendedor
– que deseja criar toda a sorte de empecilhos e embaraços para que a
revitalização do Cais da forma como está sendo feita não aconteça. Muito
obrigado.
O SR. REGINALDO PUJOL: Bem acentua V. Exa., essa circunstância
aumenta a discussão que certamente esse projeto vai merecer. Esse projeto, Ver.
Valter, chega, primeiramente, na Comissão de Justiça, e lá tem que ter uma
análise à luz da legislação. Eu me lembro de vários precedentes, e eu fui, por
longos anos, integrante da Comissão de Constituição e Justiça, não obstante, como
seu presidente, sei de vários processos que tramitaram e que lá foram
entendidos como inconstitucionais e ilegais, por não satisfazerem exigências
estabelecidas na legislação pertinente, especialmente na legislação aqui
juntada, que é a Lei Complementar nº 275, que regula a matéria.
Por
isso, Sr. Presidente, como sempre faço, procuro sempre, nesse primeiro momento
da discussão preliminar de pauta, me manifestar, estou fazendo esta colocação
prévia, sem nenhum preconceito e, sobretudo, dentro de uma postura ética de
avisar que irei me debruçar sobre a matéria, discuti-la e, se for o caso,
alterá-la, aprová-la ou batalhar pela sua rejeição. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Guilherme Socias
Villela): O Ver. Clàudio
Janta está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu vou falar sobre dois projetos que estão em Pauta aqui. Um é do Ver.
Mario Manfro, que inclui, no Calendário de Datas Comemorativas desta Cidade,
uma homenagem às pessoas que embelezaram o nosso túnel e que vêm recuperando
fachadas de vários prédios da Cidade, que são os grafiteiros. Eles vêm fazendo
um belo trabalho na cidade de Porto Alegre, e eu acho que é uma justa homenagem
incluir no Calendário da Cidade uma data específica dedicada a esses jovens que
estão trazendo a cultura da grafite para a cidade de Porto Alegre e não agem
como alguns que vemos destruindo monumentos históricos, destruindo a fachada
dos prédios. Os grafiteiros levam essa cultura para onde é necessário fazer e
onde as pessoas querem ter em seus prédios e casas. Então, é um projeto que
achamos ser bom para a cidade de Porto Alegre, que é o Dia do Grafiteiro.
Outro projeto de que venho falar aqui é o
projeto da Ver.ª Sofia, nós assinamos juntos. Muito é falado aqui, pelos
membros desta Casa, enaltecendo os pontos turísticos de vários portos. Vou
pegar os exemplos da Argentina, Uruguai e Belém do Pará: eu acho que o nosso
Gasômetro, a nossa orla do Guaíba tem que ser plenamente recuperada e entregue
para a cidade de Porto Alegre. Mas, desde a semana passada, estamos discutindo
a questão do patrimônio histórico de Porto Alegre e vemos tomarem casas com 20
anos, 30 anos e dizer que são casas históricas. E o nosso porto é histórico,
dizem que já tombaram o um e o dois, mas todo o porto tem que ser tombado! Todo
o conjunto arquitetônico do porto de Porto Alegre tem a história da cidade de
Porto Alegre e dentro dele nós podemos construir. Isso é feito no mundo
inteiro: dentro do Porto Madeiro tem universidades construídas, tem
restaurantes, escolas; dentro do porto de Belém tem a mesma estrutura que eu
disse agora
aqui. Em todos os portos desativados do mundo, foi preservada a estrutura do
porto, e o espaço foi adequado para boates, shopping
centers, mas preservando o patrimônio
histórico.
Eu acho que o nosso porto é um porto bonito, é
um porto que a iniciativa privada usa para festas, eventos e casamentos; a
nossa Feira do Livro é realizada ali. Eu acho que o propósito de revitalização
não impede que os seus armazéns sejam preservados, até com a estrutura deles,
como hall de entrada, área de lazer,
área de entretenimento.
Eu acho que nós não podemos destruir por
completo a história do Porto dos Casais, a história da nossa Cidade. Muito se
discute sobre a questão do patrimônio histórico e se discute com razão. Em
Porto Alegre, não se podem tombar alguns prédios como se tombam, como já falei
aqui. Agora, o grande patrimônio da nossa Cidade, onde a nossa Cidade iniciou,
nós não podemos, simplesmente, tratar de uma forma desleixada: um armazém só,
perto da grande usina da cidade de Porto Alegre, o cartão postal da Cidade, que
integra a Cidade, nós não podemos botar tudo no chão. Esse armazém de que esta
Casa está pedindo o tombamento, com certeza, servirá para embelezar o nosso
porto na sua revitalização. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Guilherme Socias Villela): Não havendo mais Vereadores inscritos
para discutir a Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h20min.)
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